Brasil entra em recessão, aponta FGV; contração econômica iniciou em janeiro de 2020, antes da pandemia

O percentual dos que citam as incertezas econômicas como principais fatores passou de 67% para 74% no período. (Daniel Marenco/Folhapress )

Carolina Givoni – Da Revista Cenarium*

MANAUS – Um levantamento realizado pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), órgão ligado Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) apontou nesta segunda-feira, 29, o Brasil entrou em recessão no primeiro trimestre de 2020, após chegar ao ponto mais alto do último ciclo de crescimento no quarto trimestre de 2019.

Esse foi o fim de um período de expansão econômica que durou 12 trimestres. Com isso o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 1,5% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com os três meses anteriores, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda em maio.

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O dado do segundo trimestre deve mostrar queda de quase 10%, segundo projeções de mercado, devido aos efeitos da pandemia sobre a atividade.
Embora alguns economistas utilizem a métrica de que recessão é o período marcado por dois trimestres seguidos de queda na atividade, o Codace considera uma análise mais ampla de dados.

Para o comitê, o declínio na atividade econômica de forma disseminada entre diferentes setores econômicos é denominado recessão. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo da última sexta, o distanciamento social provocará neste segundo trimestre o maior tombo na economia brasileira em 40 anos.

Outros levantamentos

O Ibre/FGV também mostra que apesar de a confiança de consumidores e empresários ter apresentado dois meses seguidos de recuperação após o fundo do poço verificado em abril, o indicador brasileiro encontra-se em uma situação desfavorável em relação à maioria dos países economicamente relevantes.

O Codace também realizou a datação mensal da recessão de 2014-2016 e identificou um pico da atividade em março de 2014 e o ponto mais baixo da mesma em dezembro de 2016. Segundo a instituição, isso significa que a recessão teria durado 33 meses, de abril de 2014 a dezembro de 2016.

“O Comitê identificou a ocorrência de um pico no ciclo de negócios brasileiro no quarto trimestre de 2019. O pico representa o fim de uma expansão econômica que durou 12 trimestres — entre o primeiro trimestre de 2017 e o quarto de 2019 — e sinaliza a entrada do país em uma recessão a partir do primeiro trimestre de 2020”.

O IBGE havia mostrado, no início de junho, queda de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre frente ao pico identificado pelo comitê no quarto trimestre, a maior queda desde o segundo trimestre de 2015. Mas o comitê considera um conjunto de indicadores para estabelecer o início de um período recessivo ou de expansão.

Contexto Amazônico

Um levantamento estatístico realizado pela REVISTA CENARIUM na última quarta-feira, 17, aponta que os nove Estados da Amazônia Legal têm apresentado quedas no desempenho das vendas do comércio varejista, em abril deste ano.

Segundos dados do IBGE, no período, o Amapá liderou a queda com 33,7% em comparação a março. O resultado do comércio regional do Estado, conforme o Instituto, é fruto do fechamento de serviços não essenciais, por conta da pandemia do novo Coronavírus.

(*) Com informações da Folhapress e O Globo

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