Início » Sociedade » Caso Bruno e Dom: réus prestam depoimento à Justiça que decide se eles vão a juri popular
Caso Bruno e Dom: réus prestam depoimento à Justiça que decide se eles vão a juri popular
Caso Bruno e Dom (Carla Carniel/Folhapress)
Compartilhe:
08 de maio de 2023
Da Revista Cenarium*
TABATINGA (AM) – Os três réus acusados pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips deram depoimentos on-line para a Justiça Federal de Tabatinga (AM), nesta segunda-feira, 8. A audiência abre a fase processual, que vai decidir se os acusados vão a júri popular ou não.
O interrogatório de Amarildo Oliveira (conhecido como Pelado), Oseney de Oliveira (o Dos Santos) e Jefferson da Silva Lima (o Pelado da Dinha) durou cerca de 3h30 e terminou por volta das 18h45.
Os três foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) sob suspeita de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O crime aconteceu em 5 de junho de 2022 e os três acusados foram presos dois meses depois.
PUBLICIDADE
De acordo com o TRF-1, o interrogatório, que iria começar na parte da manhã, precisou ser adiado para às 14h pelo juiz do caso, Fabiano Verli. A assessoria do tribunal afirmou que a remarcação ocorreu após a equipe de defesa dos réus contestar o sistema de monitoramento dos presídios federais.
Segundo a advogada Goreth Campos, uma das representantes dos acusados, o sistema de monitoramento das penitenciárias federais de Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR) infringia o direito à entrevista prévia reservada entre cliente e defesa.
Procuradas, as assessorias dos dois presídios preferiram não entrar em detalhes. A Secretaria Nacional de Políticas Penais disse que o monitoramento feito nos dois locais está dentro das regras para unidades de segurança máxima.
A audiência desta tarde ocorreu após o magistrado remarcar a data pela quarta vez. Em nota, o TRF-1 atribuiu as remarcações a problemas de internet.
Também em nota, um dos advogados da família do jornalista Dom Phillips, Rafael Fagundes, disse que a assistência de acusação está satisfeita com o encerramento da etapa de instrução processual e convicta da materialidade das provas de duplo homicídio contra os réus. Os representantes da família de Bruno endossaram o posicionamento.
“Certamente, resultará em uma sentença de pronúncia e na realização do julgamento dos acusados perante o Tribunal do Júri”, diz o comunicado enviado por Fagundes.
Amarildo voltou a confirmar que participou do assassinato. A defesa tenta provar que Oseney de Oliveira não tem participação no caso. A Polícia Federal trabalha com a tese de que o assassinato foi encomendado.
Segundo o ex-superintendente da PF Eduardo Fontes, que esteve no cargo durante a maior parte das investigações, o caso está 90% concluído e há “indícios veementes” de que Ruben Dario da Silva Villar, o Colômbia, é o mandante dos crimes.
Villar é suspeito de liderar uma organização criminosa de pesca ilegal na região da Terra Indígena Vale do Javari, na fronteira do Brasil com Peru e Colômbia.
Segundo a PF, esse grupo tem ligação com Amarildo Oliveira.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.