‘Caso das Joias’: deputados querem CPI e Michelle deve depor à PF

Adrisa De Góes – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – Após a Polícia Federal (PF) revelar um esquema de suspeita de venda de presentes dados ao Estado brasileiro durante missões oficiais no exterior, na gestão de Jair Bolsonaro (PL), além de joias trazidas ilegalmente para o País, parlamentares apresentaram um pedido, nesta sexta-feira, 11, para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso.

O autor do pedido é o deputado Rogério Correia (PT-MG), que já garantiu 108 assinaturas das 171 necessárias pra que a solicitação possa ser protocolada na Câmara dos Deputados. Apesar da mobilização dos deputados, a instalação da comissão é condicionada à decisão da Mesa Diretora da Casa.

O deputado Túlio Gadelha (Rede-PE), um dos parlamentares que apoia a criação da CPI, solicitou, por meio do “X” (antigo Twitter”), urgência na abertura das investigações no parlamento federal, além de pedir ajuda dos demais deputados.

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“Vamos intensificar a coleta de assinaturas para criar a #CPIdasJoias e iniciar as investigações. Diante dos fatos recentes, a CPI se tornou urgente e necessária. Tudo indica que o Governo Bolsonaro montou um grande esquema de contrabando de joias”, escreveu Gadelha.

Depoimento de Michelle

Com as investigações da Polícia Federal em torno de aliados de Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro vai ser intimada a prestar depoimento. A decisão foi tomada após a corporação tomar conhecimento das mensagens trocadas por assessores do ex-presidente acerca da venda de presentes recebidos em viagens oficiais pelo governo do ex-mandatário.

No diálogo, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e Marcelo Câmara, assessor especial do ex-presidente, dizem que um presente teria “sumido com a dona Michelle [ex-primeira-dama]”. “O que já foi, já foi. Mas se esse aqui tiver, ainda, a gente tem que fazer certinho para não dar problema, porque já sumiu um que foi com a dona Michelle”, diz Câmara no áudio obtido pela PF.

Ainda sem data marcada para o depoimento, Michelle deve ser ouvida para esclarecer se, de fato, essas joias ficaram com ela ou se foram vendidas.

Operação Lucas “12:2”

A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira, 11, mandados de busca e apreensão que miram em pessoas ligadas a Jair Bolsonaro no caso das joias enviadas ao ex-presidente por autoridades sauditas. Entre os alvos esteve o general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens do governo, à época, Mauro Cid.

Além dele, as buscas da PF também tiveram Frederick Wassef como alvo, advogado de Bolsonaro, bem como Osmar Crivelatti, tenente do Exército, que também atuou na ajudância de ordens da Presidência.

O nome da operação da PF desta sexta, “Lucas 12:2”, é uma alusão ao versículo 12:2 da Bíblia que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido“.

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