Adrisa De Góes – Da Revista Cenarium Amazônia
MANAUS (AM) – Em coletiva de imprensa realizada na noite desta quarta-feira, 9, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou que investiga o que aconteceu com o bebê de oito meses que estava na barriga de Débora da Silva Alves, 18, encontrada morta no dia 3 de agosto. O laudo inicial da autópsia não confirmou o que ocorreu com a criança. O corpo da mãe foi carbonizado.
No fim desta tarde, o principal suspeito do crime e pai da criança, Gil Romero Machado Batista, 41, chegou a Manaus após ser preso na noite de terça-feira, 8, no município de Curuá, no Oeste do Pará. Ele foi conduzido para a Delegacia Geral da PC-AM, no bairro Dom Pedro, Zona Oeste da capital, porém, não chegou a prestar depoimento.
De acordo com o titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros, que está à frente do caso, Ricardo Cunha, a investigação inicial em torno do suspeito estava voltada na captura dele, considerado foragido desde que o corpo de Débora foi encontrado em uma área de mata na Zona Leste de Manaus. Agora, ele vai ser confrontado pela investigação, que mira em um terceiro suspeito.
“Estamos muito ansiosos para saber o que aconteceu com essa criança, entender o porquê, qual é o desfecho desse crime. Infelizmente, ainda temos lacunas a serem fechadas, pois os depoimentos dos dois presos são contraditórios. Tem mais uma pessoa envolvida no crime que está sendo procurada”, afirmou o titular da DEHS.
A delegada adjunta da DEHS, Débora Barreiros, disse que a investigação chegou a um dos principais momentos, que é a coleta do depoimento do principal suspeito do crime. Gil Romero teria pago a quantia de R$ 500 para que José Nilson, preso no último dia 3 por envolvimento no crime, desse um “corretivo” (que na linguagem informal, significa usar da violência para punir alguém) na jovem, por ela atribuir a paternidade da criança a ele.
“Num primeiro momento, ele [Gil Romero] nega que tenha feito qualquer coisa. Ele, inclusive, diz que se alguma coisa de errado aconteceu com o corpo da jovem, dessa retirada do bebê, foi pelas mãos do José Nilson, desse terceiro elemento”, afirmou a delegada.
Prisão decretada
A pedido da PC-AM, a Justiça do Amazonas decretou a prisão preventiva da esposa de Gil Romero, Ana Júlia Azevedo Ribeiro, 29, por suspeita de envolvimento na morte de Débora. De acordo com o delegado Ricardo Cunha, quando interrogada antes do encontro do corpo da jovem, ela mentiu em depoimento e se referia com desdém à vítima.
“Foram diversas contradições encontradas e, logo após o aparecimento do corpo, nós tentamos contato com ela novamente, mas ela já havia sumido. Atualmente, a Ana Júlia está em local incerto, razão pela qual entendemos que ela precisa, sim, ser encarcerada e responder algumas perguntas. Ela é uma pessoa foragida”, ressaltou o titular da DEHS.
Informações a respeito do paradeiro de Ana Júlia devem ser repassadas para os números (92) 98118-9535, disque-denúncia da DEHS, ou 181, da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).