‘Tiraram a criança viva’, afirma família após autópsia não localizar bebê de grávida morta

Mãe da jovem Débora da Silva Alves, 18, durante velório, em uma montagem ao lado da vítima (Reprodução)
Adrisa De Góes – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – Familiares da jovem Débora da Silva Alves, 18, grávida de oito meses, encontrada morta na última quinta-feira, 3, afirmaram durante o velório da jovem, no sábado, 5, que a autópsia do Instituto Médico Legal (IML) não localizou o bebê. Ela foi sepultada no Cemitério Tarumã, Zona Oeste de Manaus. O principal suspeito do crime é o pai da criança, identificado como Gil Romero Machado Batista, 41, que está foragido.

Em um vídeo que circula em grupos de mensagens, Júnior Alves, pai de Débora, disse acreditar que o bebê pode ter sido retirado da barriga da mãe antes dela morrer. “Cadê o Arthur que ninguém vê? Precisamos saber onde está o Arthur. Acredito que tiraram a criança viva, porque foram realizadas três autópsias e não apareceu a criança. Tiraram a criança e a criança pode estar viva. Meu neto, meu primeiro neto. Esse monstro tirou a minha filha e tirou o meu neto”, declarou.

Pai de Débora da Silva Alves, Júnior Alves, afirmou que bebê não foi encontrado no exame cadavérico (Reprodução)
Leia também: PC-AM prende suspeito no envolvimento de assassinato de mulher grávida de oito meses

Durante o sepultamento, a mãe da jovem assassinada, Paula Christina, também afirmou que acredita na possibilidade de o bebê de oito meses de gestação estar vivo. Em apelo emocionado, ela pediu celeridade nas buscas para encontrar o principal suspeito do crime e pai da criança, Gil Romero, considerado foragido pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).

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“Quero pedir que encontrem esse homem, não para fazer maldade, mas para ele dizer onde está o bebê. A gente precisa saber disso. É só isso que peço, eu só quero que encontrem o bebê ou o que sobrou dele. Mas, tenho certeza que meu neto está vivo. Quem ver ele, não faça nada, porque preciso dele para dizer onde está o meu neto”, disse a mãe de Débora.

Mãe questiona ausência de criança em exame de autópsia (Reprodução)
Relembre o caso

Grávida de oito meses, Débora da Silva Alves desapareceu no último dia 29 de julho quando saiu de casa para encontrar Gil Romero Machado Batista, pai da criança que ela gestava. Na última vez em que foi vista com vida, a jovem estava na Rua Filadélfia, bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste de Manaus.

Na última quinta-feira, 3, o corpo de Débora foi encontrado em uma área de mata localizada no bairro Mauazinho, Zona Leste da capital. De acordo com a polícia, ela foi queimada e teve os pés decepados, além de estar com um pano no pescoço, o que indica que foi asfixiada.

Débora Alves da Silva, 18 anos (Reprodução/Redes Sociais)

No mesmo dia, a PC-AM, por meio da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), deflagrou a “Operação Hela” e prendeu José Nilson Azevedo da Silva, conhecido como “Nego”, suspeito de participar do crime.

De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil do Estado, Bruno Fraga, Gil Romero não aceitava a gravidez de Débora por ser casado com outra mulher. Em junho deste ano, ele tentou assassiná-la, mas a vítima conseguiu se defender.

“No início da gravidez, ele ofereceu medicamentos abortivos para Débora e, em junho deste ano, tentou contra a vida dela pela primeira vez. Desta vez, a vítima se defendeu com uma faca, sobrevivendo ao ataque. No dia do crime, a jovem saiu para encontrar Gil Romero, com quem pegaria o dinheiro para comprar o berço do bebê, entretanto, não retornou para casa em seguida”, disse.

Dinâmica do crime

A delegada Deborah Barreiros explicou que Gil Romero era proprietário de um bar e também trabalhava como vigilante em uma usina. No estabelecimento comercial, José Nilson trabalhava como gerente, motivo pelo qual teria proximidade com Gil Romero.

“Além disso, os dois atuavam furtando os fios da fábrica. No dia do crime, enquanto Gil Romero foi se encontrar com Débora, José Nilson foi para a usina subtrair os materiais. Pouco tempo depois, segundo José Nilton conta em depoimento, Gil Romero apareceu com o corpo da jovem, sem vida e com sinais de asfixia”, disse.

Delegada da Polícia Civil do Amazonas, Deborah Barreiros (Divulgação/PC-AM)

Ainda de acordo com a delegada, ainda em depoimento, José Nilson contou que se sentiu coagido a ocultar o cadáver da vítima. Então, eles colocaram o corpo de Débora em um tonel e o queimaram, desovando-o posteriormente.

“No decorrer dos trabalhos investigativos, identificamos que José Nilson teria participação no ato criminoso. Ele foi localizado e preso na data de ontem (4), além de ter colaborado com as diligências e relatado onde estaria o cadáver da jovem”, explicou.

Procurado

Gil Romero encontra-se foragido. Quem tiver informações a respeito do paradeiro dele deve entrar em contato pelos números (92) 98118-9535, disque-denúncia da DEHS, ou 181, da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).

Principal suspeito do crime, Gil Romero Machado Batista (Reprodução/Redes Sociais)
Esclarecimento

A REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA entrou em contato com a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) a fim de obter um posicionamento sobre as declarações dos pais de Débora Alves da Silva, mas até o fechamento deste material não houve resposta.

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