Censo 2022: Manaus teve maior percentual de aumento populacional no País, aponta IBGE

Comércio na Rua Marechal Deodoro, no Centro de Manaus. (24.dez.2021 - Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – Manaus foi a cidade brasileira que registrou o maior percentual de aumento populacional do Brasil em dez anos, de acordo com a prévia do Censo 2022, divulgada nesta quarta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A cidade passou de 1,8 milhão para 2,1 milhões de habitantes, representando um acréscimo de 261,5 mil pessoas ao longo de 12 anos. Manaus é considerada a cidade mais populosa da região Norte e a sétima mais populosa do País. Além da capital amazonense, as outras duas cidades que lideram o ranking de maior aumento populacional são Brasília, com adição de 246,9 mil pessoas, e São Paulo, com 197,7 mil habitantes.

Em todo o Amazonas, o Censo 2022 registrou uma população de 3,9 milhões de habitantes, distribuídos em 1,3 milhão de domicílios. Com esses novos números, a população do Estado passou a representar 1,44% do total nacional. A taxa de crescimento geométrico populacional, verificada entre os anos de 2010 e 2022, foi de 1,03%.

PUBLICIDADE

Veja o ranking geral:

O Censo mostra que a população do Brasil atingiu 203 milhões de pessoas, aumento de 12,3 milhões desde a última coleta, em 2010. A diferença, de 6,5%, significa que o crescimento médio da população nos últimos anos foi de 0,52%, o menor registrado no País desde 1872, quando foi realizado o primeiro Censo do País.

Os dados têm como data de referência o dia 31 de julho de 2022 e fazem parte dos primeiros resultados de População e Domicílios do Censo Demográfico 2022. Os dados são importantes para nortear a criação e implantação de políticas públicas no Brasil.

“[Os dados] apresentam um conjunto de informações básicas sobre os totais populacionais de domicílios no país em diferentes níveis geográficos e diferentes recortes, além de diversos indicadores derivados dessas informações, como a média de moradores por domicílio, a densidade demográfica e a taxa de crescimento anual da população”, aponta o IBGE.

Veja mais sobre o Censo

População indígena do Brasil cresce 84% em relação ao último Censo do IBGE
Quase 11 mil amazonenses se recusaram a responder Censo 2022; multa é de R$ 13 mil
Falta de endereço em favelas dificulta registro de domicílios no Censo 2022
Estados

Os Estados mais populosos do País são: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que, juntos, concentram 39,9% da população. O primeiro possui um pouco mais de 44 milhões de pessoas recenseadas, representando 21% da população, ou seja, aproximadamente um quinto.

Na sequência, ficaram Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul. Roraima, localizado na região Norte do País, na fronteira com a Venezuela, continua sendo o Estado menos populoso, com 636 mil habitantes. Amapá e Acre, também na mesma região, completam o “top 3” dos Estados menos populosos.

Regiões

Entre as regiões, a Sudeste, com 84,8 milhões de habitantes, se manteve como a mais populosa, concentrando 41,8% da população do País. Na sequência estão: Nordeste (26,9%); Sul (14,7%); Norte (8,5%); e Centro-Oeste (8,02%).

“Na composição da taxa de crescimento anual, por região, observamos que o Norte, que mais crescia entre o Censo 1991 e 2000 e entre 2000 e 2010, perde o posto para o Centro-Oeste que, nesta década, ao longo dos últimos 12 anos, registrou crescimento de 23% ao ano”, disse o gerente técnico do Censo 2022, Luciano Tavares Duarte, em entrevista para apresentação dos resultados.

Desafios

O Censo 2022 do IBGE enfrentou desafios até ser implementado. Como definido por lei, os censos têm que ser realizados a cada dez anos. Depois da edição de 2010, o IBGE se preparou para realizar a pesquisa de 2020, o que não ocorreu, devido à pandemia de Covid-19 que impediu que os recenseadores fossem para a coleta de campo.

Em 2021, o corte no orçamento, determinado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), postergou a realização do levantamento. Segundo o presidente interino do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e diretor de pesquisas do órgão, Cimar Azeredo, o trabalho começou com a ideia de ser realizado em três meses e levou dez meses de coleta em campo.

“Esse Censo, tenho certeza, foi um divisor de águas para o IBGE. É o IBGE antes e depois do Censo 2022. O IBGE se reinventou para fazer a pesquisa. A despeito de todos os problemas estamos entregando à sociedade um produto incrível e temos muito orgulho disso”, afirmou.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.