Cientistas sequenciam DNA mais antigo do mundo com mais de 1 milhão de anos

Mamutes já vagaram pela Sibéria (Reprodução/Centre for Palaeogenetics)Read more: https://www.newscientist.com/article/2268417-first-million-year-old-dna-extracted-from-siberian-mammoth-teeth/#ixzz6n78KzX9v

Com informações da CNN Brasil

SÃO PAULO – Um dente de mamute que vagou pelas terras da Sibéria há mais de um milhão de anos foi a fonte do sequenciamento de DNA mais antigo do mundo. É a primeira vez que se recupera DNA de animais com mais de um milhão de anos. Anteriormente, a amostra mais antiga era a de um cavalo que viveu entre 560 mil e 780 mil anos atrás.

As informações recuperadas deste gigante da Era do Gelo revelam como os mamutes evoluíram e se adaptaram à vida em um clima frio, além mostrar uma espécie de mamute até então desconhecida. 

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“É um DNA incrivelmente antigo. As amostras são mil vezes mais antigas do que os vestígios de Vikings e são anteriores até a existência de humanos e neandertais”, afirmou Love Dalen, que é professor de genética evolutiva do Centro de Paleogenética em Estocolmo.

Na verdade, a análise não é de um mamute apenas. A equipe internacional de pesquisadores foi capaz de isolar DNA de molares de três mamutes separados coletados do permafrost siberiano na década de 1970. Eles dataram os dentes usando dados geológicos e analisando o DNA. A pesquisa foi publicada na revista Nature na quarta-feira, 17.

O dente de mamute mais antigo datava de 1,2 milhão a 1,65 milhão de anos atrás. O amplo espectro de datas se explica pelos métodos usados pelos cientistas. Para chegar na estimativa da data mais recente (1,2 milhão de anos), usou-se um método conhecido como bioestratigrafia, no qual cientistas avaliam a presença de pequenos roedores de espécies que só existiam durante determinadas eras, encontrados nas camadas de sedimentos.

Eles também mediram o paleomagnetismo de rocha e sedimentos no local. Usando a orientação do campo magnético da Terra, que muda ao longo do tempo e deixa vestígios de minerais magnéticos na rocha, o método determina as idades dos fósseis e rochas.

Já a estimativa mais antiga (1,65 milhão de anos) vem do genoma que os pesquisadores recuperaram. 

“Pode haver vários motivos pelos quais essas estimativas diferem. Por exemplo, talvez o espécime de Krestovka originalmente venha de uma camada mais antiga, mas em algum ponto o solo sofreu erosão e os restos foram reassentados em uma camada mais nova”, disse Dalen.

“Outra alternativa, e mais provável em nossa opinião, é que a nossa taxa de relógio molecular estimada está um pouco errada”, afirmou, sugerindo que fixar uma data não é uma ciência exata.

“De qualquer forma, esses dois tipos de análises de datação mostram uma idade de mais de 1 milhão de anos”.

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