Comerciante é agredida e chamada de ‘judia assassina’ por cliente; veja vídeo

A comerciante Herta Breslauer (à esquerda) e a agressora, ainda não identificada. (Reprodução/Redes sociais)
Da Revista Cenarium*

SÃO PAULO – Uma comerciante judia de Arraial d’Ajuda, em Porto Seguro (Bahia), foi xingada de “assassina de crianças” e teve sua loja depredada por uma mulher nesta sexta-feira, 2. Um vídeo do episódio viralizou nas redes sociais.

As imagens mostram uma mulher chamando a comerciante Herta Breslauer de “sionista” e “assassina de criança”. Ela quebra as mercadorias nas estantes da loja e, em seguida, grita: “Eu vou te pegar, maldita sionista“.

Mulher acusada de agredir comerciante judia em Arraial d’Ajuda (BA) – Reprodução

A agressora foi imobilizada por homens que a levaram para fora do local. A Polícia Civil diz que a identificou e tenta localizá-la, mas não deu informações sobre a identidade dela.

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A vítima registrou um boletim de ocorrência na 2ª Delegacia Territorial de Arraial D’Ajuda no mesmo dia e gravou um vídeo em frente ao local.

Ela entrou [na loja], me agrediu, me bateu. Destruiu minha loja. Simplesmente pelo fato de eu ser judia“, diz a comerciante.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia afirma que um inquérito policial foi instaurado para apurar os crimes de racismo, ameaça, dano e lesão corporal. A pasta diz que a proprietária da loja foi “agredida por outra mulher, que desferiu ofensas por conta da religião da vítima“. “Guias periciais foram expedidas e diligências estão sendo realizadas para localizar a autora“, afirma ainda a secretaria, em nota.

A advogada da vítima, Lilia Frankenthal, diz que a comerciante foi agredida com um tapa no rosto. Ela conta que Herta voltou à delegacia neste sábado, 3, para prestar depoimento e fez exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico-Legal).

A vítima está extremamente abalada. Isso é crime de antissemitismo e de racismo. Não vai haver impune“, afirma Frankenthal à Folha. Outras medidas judiciais estão sendo analisadas. “Existe uma comunidade judaica em Arraial e estão todos com medo“, acrescenta a advogada.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Sociedade Israelita da Bahia emitiram uma nota de repúdio.

Uma agressão covarde, antissemita, que deve ser investigada como crime de ódio e seguir o seu devido processo legal. A Conib vem pedindo moderação e equilíbrio às nossas lideranças para não importarmos o trágico conflito em curso no Oriente Médio“, afirmam as entidades.

(*) Com informações da Folhapress

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