Comissão temporária dos Yanomami adia votação do cronograma de trabalho

Análise ocorrerá após colegiado ter todos os nomes indicados (Lula Marques/Agência Brasil)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – Impasse na composição da Comissão Temporária Externa que vai acompanhar a situação dos Yanomami e a saída dos garimpeiros da terra indígena impediu tentativa do colegiado de aprovar o plano de trabalho em reunião do grupo nesta quarta-feira, 1° de março.

O documento chegou a ser lido pelo relator senador Dr. Hiran ( PP-RR), mas após contestação da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a votação do cronograma foi adiada para a próxima terça-feira, 7. Para a senadora, o plano deveria ser votado somente após o colegiado ter todos os nomes indicados.

Inicialmente, o colegiado teria cinco senadores, mas na terça, 28, o Senado aprovou em plenário o requerimento da senadora de aumentar para oito membros. O pedido partiu dela e do senador Humberto Costa (PT-PE). Segundo os parlamentares, a atual formação tem maioria da bancada de Roraima, inclusive, parlamentares acusados de ter ligação direta com garimpeiros.

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No requerimento, Eliziane Gama destaca a recomendação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) para uma mudança da estrutura do colegiado, justamente, para evitar que se tornasse uma comissão pró-garimpo. Ela argumenta que o motivo da expansão da comissão serve para alcançar uma “maior participação e representatividade parlamentar e, consequentemente, aprimorar o trabalho da comissão em prol da construção de soluções para a atual crise humanitária Yanomami”.

Cronograma

Pelo cronograma lido na reunião de hoje, a ideia é votar o relatório final até o dia 5 de maio. Até lá, serão realizadas diversas audiências públicas para ouvir populações indígenas detentoras da Terra Indígena Yanomami (TIY), representantes dos garimpeiros, da sociedade civil e do governo.

“Os trabalhos da comissão se concentrarão em identificar gargalos ou falhas de ação do poder público, lacunas legislativas e outros aspectos relevantes sobre a questão apurada para que, ao final, sejam propostas soluções legislativas e, também, recomendações ao Poder Executivo para o enfrentamento das dificuldades constatadas”, diz o cronograma.

O plano apresentado propõe duas diligências no Estado de Roraima, com o objetivo de ouvir a população diretamente afetada pela crise humanitária e as autoridades locais “de forma a identificar os principais problemas nos aspectos social, saúde pública e ambiental”. 

As diligências devem incluir oitivas e visitas às instalações do Hospital de Campanha da região de Surucucu, na Casa de Saúde Indígena de Roraima e no Hospital da Criança de Boa Vista.

(*) Com informações da Agência Brasil
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