Cores, grafismo e celebração marcam encerramento da 1ª Mostra Intercultural de Moda Indígena de Manaus

(Jhualissn Veiga/ CENARIUM)
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – Cores, traços, estilos e representatividade marcaram o encerramento da 1ª Mostra Intercultural de Moda Indígena de Manaus. Com o tema “Grafismo Indígena: Tradições, Ancestralidade e Contemporaneidade”, o evento levou às passarelas 37 modelos vestidos por criações exclusivas de 32 estilistas indígenas. O encerramento da programação de moda, que foi divida em três etapas, ocorreu no no Sumaúma Park Shopping, localizado na Avenida Noel Nutels, 1762, bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus.

De acordo com uma das responsáveis pelo evento, Rebeca Ferreira, a iniciativa é considerada um marco por ser o primeiro desfile inteiramente de Moda Indígena não só de Manaus, mas do Brasil. Para Rebeca, a agenda também representa a diversidade dos povos originários e vai além de um evento comercial.

“Eu vejo que é o início de uma voz que está sendo ouvida, de um rosto que está sendo visto e história que estão sendo contadas. Existe uma particularidade em cada um deles, de cada estilista. Há muitos significados e histórias por trás dessas roupas, ancestralidade, família, sagrado e quando isso tudo se configura nessa passarela, não é algo comercial, mas familiar e este sentimento que nós temos”, ressalta Rebeca.

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O desfile também teve participação do público infantil (Jhualisson Veiga/ CENARIUM)

Diversidade étnica

Ao total, foram 12 etnias que participaram com as produções de peças para o desfile adulto e infantil. Segundo Rebeca, cada figurino, traçados, pinturas e artesanatos, representaram a especificidade de cada povo indígena dentre elas, os Munduruku, Sateré-Mawé, Baré, Tikuna, Desana, Witoto, Mura, Tariano, Miranha, Carapãna, Kambeba, Kulina e Marubo.

“Que o Brasil entenda que o indígena não tem só um rosto, uma voz e não só um representante. Somos muitos e cada um pode falar sua por si sem precisar de um intermediário”, destaca a organizadora.

Para Eunice Tariana, o desfile de moda é uma oportunidade única para expressar e compartilhar parte da riqueza do grafismo usadas pelos antepassados. “Sou grata por esse momento e pela Seanny Produções executar este projeto. Aqui, podemos mostrar um pouco da nossa linguagem milenar por meio das nossas vestes”, celebra Eunice.

Estilista Eunice Tariana (Jhualisson Veiga/ CENARIUM)

Etapas dos desfiles de moda

Projeto contemplado pelo edital Amazonas Cultura em Rede, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Amazonas, e realizado pela ‘Seanny Artes Produções’, a agenda dos desfiles de moda indígena de foi cumprida em diferente dias e localidades. No dia 2 de abril, a abertura aconteceu na Maloca dos Povos Indígenas, localizada no Parque das Tribos, rua Rio Purus, Tarumã-Açu.

No segundo dia de programação, realizado em 9 de abril, a edição de moda ocorreu no Salão Solimões, anexo do Palácio Rio Negro, localizado na Avenida 7 de Setembro, 1546, Centro. Conforme Rebeca Ferreira, os desfiles levaram a mensagem de desmistificação da imagem estereotipada de indígena e mostrou para, pelo menos, 400 pessoas a potência da criatividade e riqueza cultural dos povos originários.

O evento levou às passarelas 37 modelos vestidos por criações exclusivas de 32 estilistas indígenas(Priscilla Peixoto/ CENARIUM)

Conforme Rebeca, o intuito é dar continuidade ao projeto e disponibilizar parte das peças produzidas para venda ao público por meio de uma plataforma e reunir mais talentos para uma próxima edição de moda indígena.

“Inicialmente, as peças foram desenhadas para o desfiles, mas serão sim comercializadas. Tivemos um estudo para entender quem é esse estilista que faz a peça e, há peças que são únicas e possuem um valor maior, comercialmente falando e outras já são mais acessíveis. Então nosso objetivo agora é montar uma plataforma em que esse estilistas estejam se apresentando. Estamos fazendo, novas tiragens, dando continuidade e não vamos parar. Temos um desfile previsto para setembro e queremos mostrar para o mundo inteiro que o Brasil é dos povo indígenas”, finaliza.

(Priscilla Peixoto/ CENARIUM)
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