Crise no Peru: brasileiros detidos tentam chegar ao País pelo Estado do Acre

Grupo de brasileiros ficou impedido de deixar o Peru por conta da crise política instaurada no país após a tentativa de golpe do ex-presidente Pedro Castilho (Arquivo Pessoal)
Daniel Amorim – Da Revista Cenarium

MANAUS – Uma caravana de veículos transportando 27 brasileiros que estavam retidos, incluindo acrianos, na cidade de Porto Maldonado, no Peru, deixou a cidade na sexta-feira, 13, em direção ao município de Assis Brasil, no Acre. Essa foi a segunda tentativa nesta semana de repatriação do grupo de brasileiros que estava preso no Peru desde o começo da crise política instaurada no País.

Segundo o Gabinete de Gestão Integrada de Fronteiras (GGF) da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) do Estado, a expectativa era de que o grupo chegasse no Acre ainda nessa sexta-feira, 13, mas até o momento a informação não foi confirmada.

A Sejusp informou, ainda, que além da escolta da polícia peruana, em cada ponto de obstrução há policiais garantindo reforço para evitar ataques ao comboio que levará os turistas até Assis Brasil, na fronteira com a cidade peruana de Iñapary (a 310 quilômetros de Rio Branco).

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O grupo de brasileiros ficou impedido de deixar o Peru por conta da crise política instaurada no país após a tentativa de golpe do ex-presidente Pedro Castilho. Acrianos integram a caravana que tenta retornar ao Brasil (Arquivo Pessoal)

Os brasileiros ficaram impossibilitados de sair do país vizinho devido à crise política instaurada após a tentativa de golpe do ex-presidente Pedro Castilho, em dezembro último. Ele foi preso, e a advogada Dina Boluarte assumiu o poder.

A violência das manifestações se intensificou nas últimas semanas, com bloqueio de rodovias como a Estrada do Pacífico, que liga o Peru ao Brasil.

A caravana recebeu escolta da Polícia Nacional do país vizinho, que atuará na proteção dos turistas. Manifestantes colocaram barricadas em diversos pontos para impedir saídas. Uma tentativa de resgate frustrada ocorreu na quarta-feira, 11, no povoado do Ibéria.

De acordo com o comandante do Policiamento de Rodovias da Polícia Nacional do Peru, Oscar Ramirez, o bloqueio mais intenso, localizado no povoado de Mavilla, foi debelado na noite de quinta-feira, 12. Em outros pontos, o clima é de normalidade.

Indígenas da Amazônia peruana encaram a polícia, nos protestos em defesa do ex-presidente Pedro Castillo, na praça San Martin, em Lima (Martin Bernetti/14.dez.22/AFP)

Turismo prejudicado

Nessa sexta-feira, 13, o governador do Acre, Gladson Cameli, reuniu-se com o gestor da Sejusp, José Américo, em Rio Branco, para definir ações referentes à transferência dos brasileiros, muitos deles acrianos. O governo do estado orientou que a população evite se deslocar até o Peru, e agências de viagens enfrentam prejuízos devido à crise.

Segundo relatos de turistas que tentam voltar ao Brasil, comerciantes resolveram manter estabelecimentos fechados durante a presença de manifestantes contrários ao novo governo. As cidades de Lima, Cusco, Puno e Arequipa concentram a maioria dos protestos.

De acordo com o Ministério da Saúde do Peru, 20 pessoas morreram e 63 ficaram feridas durante confrontos. Os manifestantes pedem a renúncia da presidente Dina Boluarte, novas eleições e o fechamento do congresso peruano.

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