Democracia visual: veja as marcas oficiais do governo brasileiro desde a redemocratização

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Desde a volta do Brasil à normalidade democrática, em 1985, quando José Sarney assumiu, após a morte de Tancredo Neves, depois de 20 anos de ditadura militar, os governos que se sucederam democraticamente utilizaram marcas para comunicar ao público o início de uma nova administração e um atual programa de gestão. São 11 marcas que, em design, contam a história de 38 anos de redemocratização no Brasil.

Para o publicitário João Paulo Faria, a escolha sobre qual é a mais marcante logo não encontra dificuldade: “De longe, a logo do Governo Dilma Rousseff (2011-2016) é a minha preferida porque além de ter uma leve semelhança com a logo dos oito anos do Governo Lula, o que dá uma ideia de continuidade, ela utiliza, em sua plenitude, as cores da bandeira nacional”, destacou o profissional.

Mesmo com admiração pelo poder comunicacional das marcas, João Paulo diz preferir o sistema norte-americano que trabalha com apenas uma forma. “Sou da opinião que, deveria ser adotado no Brasil, o mesmo que é feito nos EUA, onde existe um só brasão para o governo federal”, opinou. “Lá não é possível trocar de marca e acredito que é melhor porque uniformiza e não muda de governo a governo”, explicou.

Sentimento

Para o designer da REVISTA CENARIUM, Thiago Alencar, a existência de uma marca, estabelece, principalmente, sentimentos: “Uma logo estabelece ideia, sentimento e transmite uma mensagem com o público alvo focado pela empresa ou serviço. Ela é a primeira coisa que as pessoas vão ver para se identificar com o que está em promoção ou venda“, explica o designer.

Thiago revela que há algumas pequenas regras para um profissional criar uma marca: “O profissional deve seguir ‘tripé’ do design: tem que ser funcional, tem que ter um projeto e deve ter estética. Se o projeto contém essas três coisas básicas, ele pode ser considerado design. Pode não parecer, mas o desing é uma ciência. A funcionalidade é a questão do resultado final, reflete no que o projeto quer e na estética; se aquilo é aceito pelo público alvo“, detalha.

Entre as logos que acompanha, a mais de três décadas, a democracia brasileira, Thiago Alencar tem sua preferida: “Sobre as logos do governo federal que eu consideraria a melhor, sem olhar o projeto nem nada seria a de 1990-1992. Ela aparenta funcionar em monocromático, o modi estrutura dela é tanto vertical, quanto horizontal“, escolheu.

O profissional salienta ainda: “Antes de criticar alguma logo ou algum projeto deve-se ir atrás sobre o propósito e todo o processo que levou ao resultado final”, destaca.

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Para ficar

Como imagens comunicacionais fundamentais, algumas marcas são exemplos únicos de sua existência. A marca “Coca-Cola” foi criada em 1886 com as cores vermelha e branca e uma fonte para definir a escrita. Foram necessários, décadas, para estabelecer a marca, mas, o sucesso foi alcançado e a marca é de conhecimento mundial.

Em contexto local, mais especificamente no Amazonas, a grupo “bemol”, por exemplo, é reconhecida na região. Criada em 1942, o nome e a marca de uma das lojas de departamento mais popular entres os amazonenses é escrita com “b” minúsculo e utiliza-se das cores azul e vermelho, marcando a memória e a história empresarial do povo do Norte do Brasil.