Dia Mundial de Combate ao Câncer: 625 mil novos casos devem ser registrados no Brasil em 2022

Nesta sexta-feira, 4, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. (Reprodução/ Internet)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Seja o câncer de pele, de próstata ou de colo do útero, o câncer é uma enfermidade que “assola” brasileiros e que, segundo o Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, 625 mil novos casos da patologia devem ser registrados neste ano. Nesta sexta-feira, 4, data em que é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer, especialistas alertam que a doença pode ser evitada com prevenção.

“A maneira de evitar ou de prevenir os tipos de câncer é, principalmente, ter uma consulta regular com o seu dermatologista, urologista ou as mulheres com os seu ginecologista. Isso pode pode fazer com que se previna o câncer ou tenha o diagnóstico precoce para fazer o tratamento”, explica o médico infectologista Nelson Barbosa.

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Em entrevista à REVISTA CENARIUM, Barbosa elenca também fatores contribuintes para o desenvolvimento de câncer, como a má alimentação e a falta de prática de exercícios físicos. Além disso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ter um estilo de vida mais saudável pode diminuir o risco de câncer em pelo menos 40%.

“A alimentação saudável prolonga a vida e proporciona uma melhor qualidade de vida paras as pessoas. Aqueles que comem muita gordura, muita carne vermelha, que ingerem muita bebida alcoólica ou que fumam podem desenvolver vários tipos de câncer, como o de estômago, laringe, pulmão”, reforçou o médico.

Casos

No Brasil, o câncer que mais acomete a população é o de pele não melanoma, conforme a estimativa do Incra criada para cada ano do triênio 2020-2022. De acordo com especialistas, esse tipo de câncer é o mais comum devido as características climáticas do País e pelo fato da alta exposição de brasileiros ao sol. Os cânceres de mama e próstata, cólon e reto, pulmão e estômago também são mais recorrentes.

Nos homens, o câncer mais comum é o de próstata. O médico Nelson Barbosa relata que o machismo da população masculina quanto ao exame de toque, que possibilita identificar sinais de doenças na próstata, é o fator principal pela alta quantidade de casos da enfermidade.

Para o médico Nelson Barbosa, o machismo da população masculina quanto ao exame de toque é o fator principal do elevado número de casos da doença (Arquivo Pessoal/Reprodução)

“Eles não procuram o atendimento regular anual, ou de seis em seis meses como as mulheres fazem. Existe um receio em não fazer o toque retal, porque o diagnóstico do câncer de próstata é baseado em um tripé na dosagem do PSA, na ultrassonografia da próstata e no exame de toque”, salientou.

“A falta de prevenção mais comum é um fator primordial e a causa principal da pessoa evoluir para uma forma grave ou incurável do câncer, porque temos tipos da doença que, com a prevenção, podem ser curados. Por exemplo, o câncer de pele, de colo de útero e de pulmão podem ser curados com o diagnóstico precoce”, ponderou.

Retinoblastoma

Um caso recente e que chamou a atenção do País foi o da filha dos jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin, diagnosticada com o câncer retinoblastoma, um tipo raro de tumor nos olhos. A pequena Lua, de apenas um ano, passa por tratamento há quatro meses e já fez quatro sessões de quimioterapia. Segundo o pai, a menina está com o grau E da doença, o estágio máximo. Juntos, Tiago e Daiana resolveram revelar o diagnóstico da filha e alertar famílias com crianças pequenas.

Veja também: Tiago Leifert anuncia que filha está com câncer: ‘Um tumor em cada olho’

“O retinoblastoma é um tumor que se desenvolve a partir de células que nós chamamos de germinativas da retina, que fazem parte do período embrionário e ainda existem mesmo após o nascimento. Essas células perdem a supressão do desenvolvimento tumoral e nós temos um mecanismo de defesa dentro da célula que bloqueia essa diferenciação em tumores malignos. Como são células de desenvolvimento, ele acaba sendo mais comum em crianças em torno de um ano de idade para quando os casos são bilaterais e, para quando é um lado só, unilateral, apresenta-se geralmente com cerca de dois anos de idade”, explicou o médico oftalmologista Alex Sá.

Médico oftalmologista Alex Sá destaca que a doença é mais comum em crianças de 1 a 2 anos de idade (Arquivo Pessoal/Reprodução)

De acordo com o oftalmologista, existem duas formas de diagnósticos de retinoblastoma: a hereditária, responsável por 40% dos casos, e a não hereditária. “Na causa hereditária, o pai e a mãe ou somente um dos pais têm o gene alterado e acabam passando para o filho. As causas não hereditárias não foram herdadas e a alteração genética aconteceu na criança no período embrionário, de formação, por vários motivos que podem acontecer como outras doenças também”, explicou.

“A prevenção é feita, de imediato, no teste do reflexo vermelho, popularmente conhecido como teste do olhinho. É um teste obrigatório que precisa ser feito já na maternidade. No primeiro mês de vida, é feito um novo teste por um oftalmologista. Esse exame oftalmológico precisa ser repetido com seis meses e depois com um ano. Em seguida, anualmente até os seis anos de idade, período em que toda criança precisa ir ao oftalmologista”, reforçou Alex Sá.

Além de levar ao oftalmologista anualmente, outra importante forma de prevenção é observar a criança. “A leucocoria, que ocorre quando há um reflexo branco no meio da pupila e que pode ser vista quando tiramos foto da criança e o olho, em vez de ficar avermelhado, ficar branco ou opaco, é um sinal da doença. O extravio, ou seja, o desvio do olhar, um movimento irregular dos olhos ou um movimento diferente da cabeça, seja inclinada para o lado ou para baixo, ficar com os olhos vermelhos, ou incômodo com a luz e outros sintomas também podem indicar a enfermidade”, concluiu o oftalmologista Alex Sá.

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