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Documentário que revela contaminação de indígenas por mercúrio, no Pará, tem estreia nacional em outubro
Foto: Reprodução/Teaser Documentário
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12 de setembro de 2022
Karol Rocha – Da Revista Cenarium
MANAUS – A contaminação de indígenas da etnia Munduruku por mercúrio, decorrente do garimpo ilegal na Bacia do Tapajós, região sudeste do Pará, é retratada em documentário brasileiro produzido pelo cineasta paulista Jorge Bodanzky com o nome: “Amazônia: a nova Minamata?”.
O filme só estreia, nacionalmente, em outubro na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, mas terá uma pré-estreia marcada para os dias 13, 14 e 15 de setembro e deve ser exibida na Terra Indígena Sawré Muybu, no Pará. O documentário, produzido pela Ocean Films, mostra a realidade de indígenas Munduruku contaminados por mercúrio devido à atuação de garimpeiros ilegais à procura de ouro na Amazônia.
A produção faz um paralelo do caso com a contaminação por mercúrio ocorrida na cidade de Minamata, no Japão, no final da década de 1950, quando uma fábrica despejou toneladas de mercúrio na Baía de Minamata, o que acabou envenenando a água e os peixes consumidos pelos humanos. O envenenamento causou mortes e doenças graves nas vítimas.
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O documentário registrou e acompanhou a expedição de cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em um estudo em parceria com a WWF-Brasil, para descobrir quanto de mercúrio tinha no corpo dos indígenas Munduruku que vivem nas três aldeias, Sawré Muybu, Poxo Muybu e Sawré Aboy, que ficam dentro da Terra Indígena (TI) Sawré Muybu, situada entre Itaituba e Trairão, no Pará, região do Médio Tapajós impactada pelo garimpo ilegal.
Conforme os estudos, 100% dos indígenas Munduruku estavam contaminados com mercúrio, e 60% deles tinham níveis acima do considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O filme também expõe a intoxicação por mercúrio em outras comunidades ribeirinhas do Tapajós e a população urbana de Santarém, cidade situada bem próximo da foz do rio, e onde já foram comprovadas contaminações por mercúrio em 90% e 75%, respectivamente. Desses grupos analisados, a maioria pelo consumo de peixes da região.
Imagens históricas e inéditas, bem como os alertas das vítimas da contaminação de Minamata, às populações amazônicas, para que não deixem a história se repetir no Brasil, estão entre os conteúdos do novo documentário. Trechos de conflito, como quando as equipes de saúde e de filmagem tiveram um encontro com garimpeiros do Tapajós, numa pista de pouso dentro da terra indígena, também são revelados no trabalho audiovisual.
A estreia nacional do documentário “Amazônia: a nova Minamata?” acontece na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro, e depois segue para outros festivais de cinema e eventos sobre clima e meio ambiente. A produção tem duração de 70 minutos e é dirigida pelo cineasta brasileiro Jorge Bodanzky.
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