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‘É inédito e necessário’, dizem jornalistas sobre inclusão de pautas trans no Brasil, na programação da Abraji
O encontro promoveu reflexões sobre a importância da inclusão, respeito, acolhimento e de como abordar as pautas trans para além do gênero (Priscilla Peixoto/CENARIUM)
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06 de agosto de 2022
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium
MANAUS – Questões de gênero e debates voltados à diversidade também tiveram espaço no 17° Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). O evento iniciou, presencialmente, na sexta-feira, 5, em São Paulo, com palestras e rodas de conversa e, pela primeira vez, incluiu na agenda o tema “A Cobertura da Pauta Trans no Brasil”.
Mediado pela repórter do Estadão e diretora da Abraji, Gabi Coelho, o encontro promoveu reflexões sobre a importância da inclusão, respeito, acolhimento e de como abordar as pautas trans para além do gênero.
“É muito necessário que nós jornalistas nos atentemos cada vez mais às pautas trans, não somente sobre o que causa dor a essas pessoas, mas também com o olhar de que são pessoas que precisam estar inseridas em nossos espaços e relações. É entender que no jornalismo não é só o fazer uma matéria sobre a questão trans, é exercer o espaço de escuta e fazer disso uma ferramenta para um jornalismo melhor“, comenta Gabi.
Além da diretora da Abraji, as jornalistas Bemfica de Oliva, do jornal O Povo, a produtora-chefe da ÉNois, Sanara Santos, e o jornalista e autor do livro “Transresistência” Gaê Vasconcelos também participaram do bate-papo. Para a jornalista trans, Sanara Santos, encontros que promovam debates, pela ótica de pessoas trans, abrangem pautas, consequentemente, pontos relevantes para a sociedade como um todo.
“É imensurável o impacto dessas rodas de conversa. Elas auxiliam muita gente a repensar como pautamos outras questões, até porque uma pessoa trans não vai olhar somente para o quesito gênero, ela vai olhar pela ótica da raça, classe, território que ela ocupa“, explica Sanara Santos que complementa:
“O debate sobre a diversidade, principalmente, por essa ótica das pessoas trans, é algo valoroso, porque são pessoas atravessadas por todas as outras diversidades existentes. É por isso que, em momentos assim, começamos a repensar o Brasil e o jornalismo para que ele represente, realmente, o povo brasileiro“, ressalta a jornalista.
Mudando narrativas
Na leitura do jornalista Gaê Vasconcelos, a troca de conhecimentos e as experiências compartilhadas, ao longo da profissão, fazem do encontro um momento marcante para os participantes.
“Ter uma mesa dentro da Abraji sendo conduzida por três pessoas trans é algo inédito. Estamos avançando e vejo isso como uma mudança de narrativa. Que tenha todo ano pessoas trans abordando temas diversificados e não só a pauta gênero, muito importante, mas precisamos entender que somos potentes, bons profissionais e capazes de informar com responsabilidade outras pautas”, diz Gaê.
O evento encerra no domingo, 7, e é voltado para profissionais e estudantes de Jornalismo que discutem temas como técnicas de apuração, projetos, ataques à democracia, desinformação, racismo, inclusão, sustentabilidade, entre outros.
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