Edição de 2021 do Programa Ciência na Escola tem recorde de projetos inscritos no Amazonas

Ao todo, os professores submeteram 1.088 propostas (Arquivo/Seduc-AM)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – A rede estadual de ensino do Amazonas bateu o recorde de inscrições no Programa Ciência na Escola (PCE) da edição de 2021. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc-AM), os professores submeteram 1.088 propostas no projeto promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapeam), em parceria com as secretarias estadual e municipal de Educação.

Uma das propostas submetidas é a da professora de matemática Silvia Letícia, da Escola Estadual Deputado Vital de Mendonça, do município de Itacoatiara (a 270 quilômetros de Manaus), que inscreveu o projeto “Construa você mesmo – mapeando o conhecimento matemático: potencializando uma aprendizagem significativa matemática em uma cultura Maker“.

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A iniciativa pretende usar, por meio da prática, assuntos relacionados a estatísticas, probabilidades e a geometria espacial para desenvolver as habilidades motoras dos alunos. Silvia Letícia, que ministra aula para cerca de 320 alunos de oito turmas do 2º ano do Ensino Médio, conta que a ideia do projeto surgiu por conta das dificuldades dos estudantes no acesso à internet.

Professora Silvia Letícia ministra aulas de matemática na escola Vital de Mendonça, em Itacoatiara (Reprodução/Arquivo Pessoal)

“A proposta do projeto é que a gente possa disponibilizar recursos aos alunos de forma que eles trabalhem offline no seu próprio caderno esse conhecimento. No projeto, busquei ressignificar o uso de mapas conceituais com a cultura Maker, que é a cultura do ‘faça você mesmo’, na qual o aluno se torna o verdadeiro protagonista e aprende fazendo, por meio de experiências que o ajudam a desenvolver habilidades”, destacou Silvia Letícia, que espera a aprovação do projeto.

A educadora explica que a cultura Maker, que significa ‘fazer’, em tradução livre, é um forma de pensamento que se baseia na ideia de que o aluno deve ser capaz de fazer determinada demanda com as próprias mãos, seja criando, consertando ou modificando objetos em meio às situações que vão surgindo ao longo do dia.

“Aqui no Brasil, ela [a cultura] começou a ser difundida por volta dos anos 2000. A cultura Maker revaloriza o ato de você criar o seu aprendizado, revalorizar o que já está esquecido. Quando o aluno é engajado nessa criação, ele mesmo consegue mapear esse conhecimento e com um simples caderno, o estudante pode reconhecer os caminhos que deve seguir, de como elaborar uma proposta”, salientou.

Silvia Letícia ministra aulas de matéria há cerca de dez anos. Anualmente, Silvia Letícia desenvolve projetos educacionais e submete no Programa Ciência na Escola (PCE). Em 2020, o projeto “Ouvir e Aprender – Uso de podcast como recurso metodológico no ensino de matemática”, desenvolvido por ela, foi uma das iniciativas aceitas pelo programa de incentivo à educação.

Silvia Letícia ao lado dos alunos, em 2020, que participaram do projeto desenvolvido por ela (Arquivo Pessoal/Reprodução)

Ela conta que programas como o do PCE são extremamente relevantes, principalmente, para ser um estímulo a mais para os educadores desenvolverem a ciência e falarem sobre as metodologias aplicadas por eles, além de ser uma motivação para o aluno a estudar mais.

“Quando participamos de projetos como esses, como o Ciência na Escola, nós somos um pouco mais incentivados para escrever e quando a gente escreve e coloca nossas ideias no papel, de alguma forma buscamos melhorar e aprimorar o que a gente ensina aos nossos alunos com mais qualidade do que a gente já busca passar no nosso cotidiano. Acredito que o Ciência na Escola faz a diferença”, comentou.

PCE

A edição de 2021 das inscrições de projetos no PCE contou com 934 submissões feitas por docentes da rede estadual, o que corresponde a 85,8% do total de projetos submetidos ao edital. Dessas, segundo a Seduc-AM, 538 foram inscritas por unidades de ensino de Manaus.

A Escola Estadual de Tempo Integral (EETI) Engenheiro Professor Sérgio Alfredo Figueiredo, na zona Norte da capital, foi a unidade de ensino com maior número de propostas, com 28, no total.

O interior do Amazonas foi responsável pela submissão de 396 propostas ao PCE, com o município de Itacoatiara liderando com 131 projetos de 17 unidades. Manacapuru, com 54 propostas; Parintins, com 45; e Borba, com 26, foram as demais cidades com maior número de projetos inscritos.

O  PCE  é um programa que tem o objetivo de apoiar a participação de professores e estudantes do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental, da 1ª a 3ª série do Ensino Médio e suas modalidades: Educação de Jovens e Adultos (EJA), Educação Escolar Indígena (EEI), Atendimento Educacional Específico e Projeto Avançar, em propostas de pesquisa desenvolvidas em escolas públicas estaduais do Amazonas e municipais de Manaus.

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