EDITORIAL – Qual é o ponto de equilíbrio?, por Márcia Guimarães

Desmatamento em Silves, e cano da empresa de gás da Eneva (Composição: Wesley Santos / Foto: Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

Encontrar equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental é um dos grandes dilemas da atualidade. Na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, podemos observar o cabo de guerra em torno da busca por esse equilíbrio em diversos empreendimentos que desafiam políticos, empresas e comunidades tradicionais. Extração mineral, exploração de petróleo, extração de gás, óleo, potássio e por aí segue o hall de exemplos em que nos perguntamos: como fazer girar a economia com base em recursos naturais sem destruir a natureza? E aqui, não esqueçamos, também somos natureza.

De um lado, temos as comunidades que vivem em áreas impactadas direta ou indiretamente pelos empreendimentos. Querem ser ouvidas, respeitadas, querem compensações financeiras e sociais, querem sua fatia do bolo do desenvolvimento. De outro lado, temos as empresas e governos. As empresas querem faturar, fazer valer seus investimentos e também alegam que querem gerar desenvolvimento para as comunidades. Os governos e seus gestores buscam turbinar seus cofres com os recursos advindos das empresas e que, ao menos em tese, serão revertidos em desenvolvimento para as comunidades.

E, nesse cabo de guerra, todos dizem defender a preservação do meio ambiente.

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Nesta edição da REVISTA CENARIUM, trazemos para a reportagem de capa a problemática da extração de gás e óleo em Silves e Itapiranga. Um dos empreendimentos em atividade no Amazonas que vem gerando conflitos entre indígenas, empresa e gestores públicos, onde entidades não governamentais, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), e órgãos de controle, como o Ministério Público Federal (MPF), também buscam intervir.

A questão do gás envolve denúncias de pressões e ameaças, impactos sobre o modo de vida de indígenas, investigação do MPF e ação civil pública, e também a defesa do empreendimento como forma de fortalecer a economia e favorecer a população do interior. Envolve ainda questões ambientais, uma vez que o mundo discute o fim do uso de combustíveis fósseis. E, entre todos os questionamentos, há um que se sobrepõe: haverá ponto de equilíbrio entre a extração do gás, os interesses das comunidades locais, a manutenção da floresta, as metas de negócios e os desejos governamentais?

O assunto foi tema de capa e especial jornalístico da nova edição da REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA do mês de novembro de 2023. Acesse aqui para ler o conteúdo completo.

(Reprodução/Revista Cenarium)
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