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EDITORIAL – Reféns de um país dividido, os amazônidas esperam ações concretas da Cúpula, por Paula Litaiff
Indígenas em protesto em Brasília (Twitter/Fábio Nascimento/MNI/Reprodução)
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08 de agosto de 2023
A Amazônia, hoje, representa aquilo que os especialistas em segurança teorizam há décadas: onde há ausência do Estado, o crime predomina. Com a maior taxa de mortes violentas intencionais (33,8 a cada 100 mil habitantes, para 23,4 da média nacional), a Amazônia Legal, formada por nove Estados, tem urgência em retomar o seu caminho.
Quem vive na região amazônica e enfrenta o risco de denunciar o crime organizado sabe que, apesar de importante, o aparelhamento policial sozinho não é suficiente para reduzir a violência. É preciso pensar em oportunidades concretas de desenvolvimento sustentável às famílias que vivem nas áreas isoladas. Indígenas, quilombolas, ribeirinhos, seringueiros, pescadores, extrativistas, entre outros povos tradicionais — cujos habitantes estão, em sua maioria, concentrados na Amazônia — não suportam mais promessas.
Os anciãos desses povos presenciam seus jovens serem presas fáceis das organizações criminosas todos os dias, as mesmas organizações que financiam os crimes ambientais e matam quem defende a floresta. O Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Plano Amas), lançado pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, em julho, é um respiro aos povos da região amazônica que aguardam por sua execução, mas sabem que a medida precisa ser integrada a uma agenda de ações factíveis no campo econômico e social.
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Essa perspectiva pode estar contida na proposta de retomada das políticas públicas para promover a justiça social na região, prevista para ser discutida na Cúpula da Amazônia, que ocorre nos dias 8 e 9 de agosto, em Belém (PA), e que reúne representantes de mais de dez países, no encontro em que o Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) é o anfitrião.
Na expectativa de analisar as possíveis resoluções da cúpula, a REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA entrevistou a ministra do MMA, Marina Silva, capa da edição deste mês, na qual aponta que o caminho da reconstrução da Amazônia está, principalmente, na cooperação. Uma cooperação aguardada por todo amazônida, que não aguenta mais ser refém de um país dividido.
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