‘Ele nega participação’, diz delegado sobre suspeito de envolvimento no sumiço de jornalista e indigenista

Foto exclusiva para o blog da Miriam Leitão. Amarildo Oliveira negou envolvimento no caso, segundo o delegado Alex Perez. (Reprodução)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS — Amarildo da Costa de Oliveira, de 41 anos, suspeito de envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, negou participação no caso, segundo delegado Alex Perez, titular da 50ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Atalaia do Norte (a 1.138 quilômetros de Manaus). O ativista e o repórter internacional estão desaparecidos desde domingo, 5, na região do Vale do Javari, no interior do Amazonas.

Amarildo, também conhecido como “Pelado”, foi preso, em flagrante, nessa terça-feira, 7, em Atalaia do Norte, por uma guarnição da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM). O homem estava em posse de munição de uso restrito e permitido, além de chumbinho. A informação foi confirmada, em nota, pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).

“Encontraram munições de uso restrito e uso permitido, além de chumbinhos e uma pequena porção, supostamente, de entorpecentes. Ele nega todos os fatos, que não teve participação nenhuma. A única situação que ele acompanhou foi quando a embarcação do Bruno e Dom Phillips passou em frente a sua comunidade”, declarou o delegado Alex Perez, em entrevista exibida nesta quinta-feira, 8, no Globo News.

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Participação em ameaças

Mais cedo, a colunista Miriam Leitão, do jornal “O Globo”, publicou uma foto do suspeito. Segundo a jornalista, o homem tem um histórico de ameaças à comunidade indígena. A Polícia Civil, no entanto, não relacionou a prisão com as ameaças.

Em nota, a PC-AM destacou que as equipes de investigação do órgão vão apurar se a informação sobre o envolvimento do homem com o desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips procede.

Relembre

Bruno e Phillips desapareceram no domingo, 5, após receberem ameaças em campo, segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Além disso, o indigenista já era constantemente ameaçado por sua atuação contra invasores na região: pescadores, garimpeiros e madeireiros. Já o jornalista, apaixonado pelo Brasil, era conhecido por reportagens denunciando as violações dos direitos indígenas e vinha trabalhando em um livro sobre meio ambiente.

Desde segunda-feira, 6, equipes da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), da Univaja e da Marinha do Brasil estão atuando nas buscas pelo ativista e pelo jornalista. A Polícia Federal e o Exército também enviaram reforços. Além disso, a PC-AM instaurou um inquérito policial para investigar o caso.

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