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Eleições 2022: Brasil registra mais de 70 candidaturas trans; Região Norte tem menor percentual
Das 79 candidaturas, 16 são coletivas (Reprodução/Internet)
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12 de setembro de 2022
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium
MANAUS – O Brasil tem 79 candidaturas trans nas Eleições 2022, segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). O levantamento disponibilizado na primeira semana de setembro, no site oficial da associação, aponta que há candidatos trans disputando o pleito deste ano em 23 Estados e no Distrito Federal, sendo a menor porcentagem no Norte do País, com apenas 5 postulantes, o que representa apenas 6% do total.
De acordo com a Antra, a maior concentração de candidatos está na Região Sudeste, com (34%), ou seja, 26 postulantes, seguidos da Região Nordeste, com 23, (29%) concorrentes, e o Centro-Oeste em terceiro lugar, com 14, (18%) dos candidatos trans. Já o Sul soma apenas 11 candidatos, o que equivale a 14%. Das 79 candidaturas, 16 são coletivas.
O documento de nove páginas ressalta, ainda, o aumento na estatística: “(…) Representando um aumento expressivo de 47% em relação a 2018, quando tivemos 53 candidaturas. Alcançando um novo recorde da participação de travestis e demais pessoas trans nessa disputa“.
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No âmbito do perfil étnico-racial foram identificadas “3 (4%) candidaturas de pessoas autodeclaradas indígenas, 24 (31%) de pessoas brancas e 51 (65%) negras (pretas e pardas). Não muito diferente no cenário geral do País, onde a maioria das candidaturas, em 2022, pela primeira vez, se autodeclararam negra“, aponta a pesquisa.
Partidos e nome social
Conforme a Antra, a sigla que mais lançou candidaturas, em 2022, foi o PSOL, com 26 pessoas trans, seguida do PT, com 11, e do PDT também com 11. PSB lançou 7 candidaturas, MDB quatro, PSDB e CIDADANIA, três cada, dois na REDE e também no PCdoB, PCB e Unidade Popular; União Brasil, Solidariedade, PV, PP, PMN e PMB lançaram uma candidatura cada.
Com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o relatório mostra que 36 (47%) candidaturas trans que estão disputando as eleições solicitaram o uso do nome social. São 29 correspondentes ao gênero feminino e sete ao masculino, o que mostra um aumento de 27,5% em relação à última eleição na esfera federal, quando eram 29 candidaturas com nomes sociais.
Dentre os cargos em disputa, constam uma candidatura para deputado distrital (DF), 41 para as assembleias estaduais e 37 para a Câmara Federal.
Atuação e avanço
Para a secretária de articulação política da Antra, Bruna Benevides, a luta para ter representatividade no âmbito político, aos poucos, leva a efeitos positivos. Segundo Bruna, é necessário tornar pautas empregabilidade, geração de renda, acesso e permanência na educação, regulamentação do uso do banheiro, moradia, lei de identidade de gênero, além de outras demandas da comunidade, uma agenda permanente de atuação e luta.
“Aprendemos a fazer política e temos conseguido, a cada ano, lançar mais candidaturas e eleger representantes que, de fato, estejam comprometidas com nossas vidas. Queremos, aqui, celebrar a ousadia das pessoas trans que apresentaram seus nomes em candidaturas coletivas ou individuais sabendo do esforço que muitas delas terão que desenvolver para poder aparecer nesse cenário tão desigual. Não temos dúvidas que a experiência que muitas terão será uma propulsão para novos desafios, e que se não saírem vitoriosas nesse momento, é apenas mais uma batalha. E a luta continua“, destaca.
Sobre a Antra
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), é uma rede nacional responsável por 127 instituições que desenvolvem ações para promoção da cidadania da população de travestis e transexuais em todo o País.
A organização busca a cidadania plena e colabora com redes que trabalham com saúde, educação, segurança pública e direitos humanos e desenvolve trabalhos conjuntos e estudos voltados às pautas políticas nacionais.
“A missão da Antra é: “identificar, mobilizar, organizar, aproximar, empoderar e formar travestis e transexuais das cinco regiões do País para a construção de um quadro político nacional, a fim de representar nossa população na busca da cidadania plena e isonomia de direitos”. (Assembleia da Antra, Teresina-PI/ maio de 2009).
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