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Em ano eleitoral, incêndio em ônibus pode evidenciar ‘vale-tudo’ por voto
Em uma rede social, diversos internautas comentam sobre o real motivo da estrutura ter incendiado. (Reprodução/Internet)
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08 de setembro de 2020
Carolina Givoni – Da Revista Cenarium
MANAUS – O clima de insatisfação da população sobre a prestação de serviços públicos, em especial o transporte público, se torna alvo de críticas nas redes sociais durante o período eleitoral. Com apenas 68 dias para as eleições deste ano, o sucateamento da frota de ônibus é ressaltado nas publicações. Na manhã desta terça-feira, 8, mais um ônibus foi tomado pelo fogo em um cruzamento entre a avenida Tefé e a rua Delfin de Souza, no bairro Crespo, zona sul de Manaus.
Em uma rede social, diversos internautas comentam sobre o incidente e apresentam teses sobre o real motivo da estrutura ter incendiado. Alguns chegam a comentar que o veículo já havia sido evacuado e que pela revolta com a precariedade da estrutura e o descaso da gestão do transporte seriam capazes de atear fogo no coletivo.
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Já as informações preliminares do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) não confirmam a causa do incêndio, mas indicam que a principal hipótese estaria relacionada com uma falha mecânica. Após o acionamento, os bombeiros conseguiram conter as chamas, mas a estrutura do transporte coletivo foi completamente destruída.
“Tocar o terror”
Recentemente, uma denúncia levou a Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) a investigar um grupo no aplicativo de mensagens WhatsApp, por incitar a violência e a desordem na cidade. Áudios de uma suposta manifestação violenta contra o governador Wilson Lima foram divulgados à época pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).
Nos áudios, dois homens com identidade ainda desconhecida, planejam atear fogo em veículos de passeio e ônibus do transporte coletivo, causando o caos na cidade.
“A gente podia começar a carreata, aí onde você ‘tão’ querendo iniciar, e terminar lá na avenida Brasil ‘mano’, depredando lá onde era o gabinete desse ‘vagabundo’ tu tá entendendo? Por que agora ele está lá na Nilton Lins meu irmão. Tem que ‘tocar’ o terror, vai ser só uma ‘passeatazinha’, tipo comemorando time de futebol; um carro atrás do outro. Tem que ‘tocar o terror’ mesmo, chamar atenção da mídia e tocar fogo em carro pelo menos em dois, três carros pra chamar atenção. ‘Mano’ aí o ‘bagulho’ fica doido”, descreve o suspeito.
A resposta veio em seguida por um outro suspeito não identificado, que também concorda com a passeata, mas alega não querer destruir patrimônio “particular”.
“Não, sim com toda certeza pô. Acender as fogueiras é uma coisa que é certo, que em manifestações quando saem do controle, elas são acesas. ‘Mas’ porém, o que eu estou colocando que não devemos é a atingir é pessoas que não têm nada a ver com a manifestação. Pois elas também são cidadãs do Brasil, elas são cidadãs amazonenses, então no caso elas conquistaram seus bens através dos seus esforços trabalhistas; elas trabalharam para conquistar os bens materiais”, explica inicialmente o plano.
Velhas promessas
Para o Sociólogo, analista político e advogado, Carlos Santigo, embora seja um pleito novo, as movimentações já reproduzem velhos hábitos nas relações de poder. “Pesquisas de opinião são divulgadas com nomes diversos, com números agradáveis e ao sabor dos grupos políticos interessados nos resultados para ‘vender’ ao público ou promover acordos”, comenta.
Santiago ressalta que os atuais governantes agem como “potentes cabos eleitorais e continuam prometendo transparência total do dinheiro público, transporte coletivo digno, segurança eficiente, salários decentes aos profissionais da educação e saúde, trânsito seguro, ruas e avenidas asfaltadas, um meio ambiente saudável e programa de saúde moderno. Usam ainda o discurso do novo na política ou o discurso da experiência administrativa”, finaliza.
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