Em evento do 8/1, chefes dos Três Poderes defendem democracia e criticam Bolsonaro

Autoridades dos Três Poderes, dentre elas, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que ajuda a segurar exemplar da Constituição Federal (Ricardo Stuckert/PR)
Valéria Costa – Da Revista Cenarium Amazônia

BRASÍLIA (DF) – Com discursos que enalteceram a democracia e o seu fortalecimento, os presidentes dos Três Poderes fizeram um pacto público, em torno desse modelo de governança, durante solenidade no Senado, na tarde desta segunda-feira, 8, dia em que completa um ano dos atos antidemocráticos realizados em 2023 por milhares de pessoas que vandalizaram a sede dos Três Poderes por não aceitarem o resultado das urnas que deu a vitória ao então candidato presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), todas as autoridades que discursaram externaram repúdio à prática antidemocrática que ameaçou o País por quatro anos.

Lula e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ao lado de outras autoridades em frente a uma réplica gigante da Constituição, na praça dos Três Poderes, em Brasília (Gabriela Biló/8.jan.2024/Folhapress)

“Esse ato simboliza a volta da normalidade democrática e repúdio ao autoritarismo, fascismo e à barbárie”, ressaltou a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), que representava, à ocasião, todos os governadores.

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“A democracia venceu a tentativa frustrada de golpe de Estado”, frisou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.

Ele classificou de “populismo digital” e “extremistas digitais” apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se utilizaram das ferramentas digitais para propagar o ódio e a tentativa de golpe. Segundo ele, o método de discriminação de notícias falsas se associa ao mesmo utilizado durante o nazismo e o fascismo no século passado.

‘Meticulosamente planejado’

Para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, a depredação da sede dos Três Poderes, com mais ênfase na sede do Supremo, não foi um fato isolado ou fortuito ou ainda um mero acidente. “Foi meticulosamente planejado. O dia da infâmia foi planejado com anos de ataque à democracia”, disse.

Barroso afirmou que o País precisa de um choque de civilidade e que ninguém tem o monopólio do patriotismo no Brasil.

Fraqueza

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que os “inimigos da democracia recorrem à desinformação para dissimular uma força que não possuem”, num falso discurso político para ascender ao poder.

“Não é um ato de força e nem simbólico, mas de reafirmação da força da democracia brasileira”, acrescentou o senador se referindo à solenidade desta segunda em alusão ao 8 de Janeiro.

Críticas a Bolsonaro

Num discurso que durou mais de dez minutos, o presidente Lula carregou nas críticas ao adversário nas urnas, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e defendeu a democracia e a lisura das urnas eletrônicas.

“Por que os filhos dele não renunciam em protesto à falsificação das urnas”, disse Lula se referindo aos três filhos políticos de Bolsonaro eleitos para mandatos na Câmara Municipal do Rio de Janeiro (Carlos Bolsonaro); Câmara dos Deputados (Eduardo Bolsonaro) e, Senado (Flávio Bolsonaro) e à narrativa defendida pelo ex-presidente sobre as urnas durante os quatro anos de mandato presidencial.

O presidente Lula afirmou que, hoje, é um dia especial “para quem gosta, ama e pratica a democracia”. “É um exercício que cada um de nós temos que fazer todos os dias, a partir do convívio familiar”, reforçou.

Leia mais: 8 de janeiro: suspeitos de financiar tentativa de golpe são alvos de operação
Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzaga
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