Em Manaus, nível do rio Negro atinge cota recorde para os cinco primeiros dias do ano


06 de janeiro de 2022
Medição do nível do Rio Negro no Porto de Manaus (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
Medição do nível do Rio Negro no Porto de Manaus (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS — O nível do rio Negro em Manaus atingiu cota recorde para os cinco primeiros dias do ano, chegando a 24,11 metros nessa quarta-feira, 5. As informações são do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Essa já é a maior cota da história registrada neste período e a subida do nível do rio fora da normalidade já preocupa autoridades estaduais.

A maior cota do rio Negro até o dia 5 de janeiro havia sido registrada em 1994, de acordo com os dados do CPRM, quando o nível chegou a 23,91 metros. Os outros três maiores registros foram em 1987, com a cota de 23,36 metros, em 2020, com 23,18 metros e em 1974, quando o nível do rio chegou a 23,06 metros.

Em dezembro, em coletiva, o governador do Amazonas, Wilson Lima, afirmou que os níveis dos rios no Estado já estavam fora da normalidade para o período e a previsão até então é que deverão superar, em 2022, as cotas históricas registradas em 2021.

A previsão ainda é que mais de 500 mil pessoas, cerca de 130 mil famílias, sejam afetadas neste ano. “Se o ritmo de subida dos rios continuar acelerado, existe a possibilidade de que todos os municípios sejam afetados pela cheia de 2022”, disse o governador na época.

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Todos os 62 municípios do Estado devem ser atingidos pela enchente, mas as primeiras cidades começam a sentir os impactos iniciais entre o fim de janeiro e o início de fevereiro do próximo ano. O governo estadual anunciou ainda a operação ‘Enchente 2022’, um plano de ação com orçamento inicial de R$ 100 milhões para ações de ajuda humanitária.

Cheia histórica

O nível do rio Negro alcançou a maior cota da história, de 30,02 metros, em 16 de junho do ano passado. Esse foi o maior marco em 118 anos. A cheia histórica de 2021 foi consequência do alto volume de chuvas no início do ano e se deu pela condição do Oceano Atlântico de neutralidade no sul e aquecimento no norte.

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Outro fator, somado ao deslocamento da formação de nuvens, é o fenômeno La Niña, que leva as áreas de precipitação a se concentrarem ao Norte. O Governo do Amazonas indica que, para 2022, o La Niña deve ser uma das causas, também, da cheia fora da normalidade.

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