Em Manaus, viveiro no Parque do Mindu cultiva plantas para incentivar uso fitoterápico
30 de março de 2021
Plantas começaram a ser cultivadas nesta semana (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – Um viveiro localizado no Parque do Mindu, bairro Parque 10, zona Centro-Sul da capital, cultiva plantas para incentivar o uso fitoterápico na capital amazonense. O “Cantinho da Saúde” faz parte do projeto-piloto “Manaus Verde”, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), lançado nesta terça-feira, 30.
O uso de plantas medicinais para o tratamento de doenças é uma tradição indígena repassada por várias gerações, além de uma aliada para a população que busca recuperação de alguma enfermidade. Por essa razão, outros parques ou unidades de conservação devem receber a iniciativa, de acordo com o diretor do Departamento de Arborização e Sustentabilidade da Semmas, Deyvson Braga.
“É o primeiro viveiro de plantas medicinais do Parque do Mindu. Estamos cultivando mudas de capim-santo, óleo-elétrico, sara-tudo, cipó-alho, japana, boldo, terramicina, malvarisco, que são plantas utilizadas para recuperação, cura e tratamento de doenças. Algumas delas são usadas como chás, como a sara-tudo, outras também servem como tempero, como o cipó-alho, e ainda para dores estomacais, como a japana”, destacou Braga.
Ideias
No viveiro, o projeto está implantando dez canteiros com as mudas já disponíveis. De acordo com a Semmas, a ideia é propagar e multiplicar essas espécies para doação futura aos visitantes do Parque do Mindu, que ainda segue fechado por conta da pandemia do novo coronavírus.
Plantas começaram a ser cultivadas nesse domingo, 29, no Parque do Mindu (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
Força na pandemia
Em meio à pandemia da Covid-19 e a falta de medicamentos contra o vírus, o uso de plantas e ervas medicinais ganhou força ao longo deste período que o mundo vive. Na Amazônia, o conhecimento dos antepassados sobre as plantas que são utilizadas no combate a doenças ajudaram no tratamento das pessoas que contraíram o novo coronavírus. Apesar de naturais, a utilização desses produtos deve ser ministrada por profissionais da área da saúde.
A cabelereira Regina Queiroz, que contraiu a Covid-19 no período mais crítico da pandemia em Manaus, entre janeiro e fevereiro deste ano, disse à REVISTA CENARIUM nesta segunda-feira, 30, que conhece alguns tratamentos caseiros que foram repassados a ela por meio da mãe, que também utiliza as plantas para fins medicinais.
“Fiz vários tratamentos caseiros e com o mastruz deles. Essa planta é bastante conhecida, pois é uma planta medicinal, cuja função é diretamente no pulmão e serve como um anti-inflamatório natural”, destacou.
Regina se tratou contra Covid-19 com remédios caseiros (Arquivo Pessoal/Reprodução)
Cultivo
De acordo com Deyvson Braga, a necessidade principal das plantas são os nutrientes, por isso, elas sendo cultivadas em um solo arenoso, com o uso de esterco de ave, calcário agrícola, NPK (um fertilizante natural com nitrogênio, fósforo e potássio). “Elas precisam de um solo bem adubado, que não seja muito encharcado, mais arenoso e que permite a drenagem junto à retenção de água”, explicou.
A adubação será a cada seis meses, segundo Deyvson Braga (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
Segundo ele, algumas espécies de plantas não gostam do excesso de umidade e o cuidado deve ser redobrado. “O manejo das plantações deve ser de forma manual e recorrente de, pelo menos, a cada 15 dias ou um mês. Depois de seis meses, fazemos a readubação com composto orgânico ou adubo de galinha ou bovino”, concluiu.
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