Em São Paulo, pacientes são transferidos por problemas no fornecimento de oxigênio

No DF, 97,7% das UTIs estão lotadas (Amanda Perobelli/Reuters)

Com informações de Agências

SÃO PAULO – Pacientes da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ermelino Matarazzo, na zona Leste de São Paulo, foram transferidos na madrugada deste sábado, 20, por conta de problemas no fornecimento de oxigênio na unidade. Uma fila de ambulâncias se formou na porta da UPA para transportar pacientes com Covid-19 para outros serviços de saúde.

Ao menos 76 municípios do País preveem crise de escassez de oxigênio, segundo levantamento divulgado nessa sexta-feira, 19. Para evitar o desabastecimento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso de cilindros industriais para armazenar oxigênio hospitalar.

PUBLICIDADE

Seis pacientes com Covid-19 morreram no Rio Grande do Sul por falha no fornecimento do insumo na sexta-feira, 19. Em janeiro, a crise de abastecimento de oxigênio no Amazonas fez dezenas de vítimas e levou à abertura de inquérito contra o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Segundo o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, a empresa White Martins atrasou a entrega de oxigênio e, por conta disso, o município “transferiu pacientes por segurança” neste sábado, 20. Ainda segundo o secretário, o fornecimento do insumo já foi normalizado na unidade.

Procurada pelo G1, a White Martins disse que não faltou oxigênio na UPA Ermelino Matarazzo, mesmo com um crescimento exponencial do consumo diário da unidade, que é atualmente 16 vezes maior do que o registrado em dezembro.

A empresa afirma que as condições estruturais de alguns serviços de saúde interferem na pressão necessária para alimentar os ventiladores utilizados em pacientes críticos, o que leva à percepção equivocada de que há falta de gás.

O consumo de oxigênio nos serviços de saúde da capital aumentou 121% em um mês, de acordo com a prefeitura. O secretário municipal da Saúde disse que a dificuldade no fornecimento do insumo é relacionada à logística e transporte e que pediu à indústria siderúrgica o empréstimo de cilindros para transportar oxigênio para os hospitais municipais.

Consumo de oxigênio em SP

Apesar do consumo elevado, a secretaria municipal de Saúde disse que não há falta, e que o problema é fazer o oxigênio chegar aos pacientes.

Antes da disparada dos casos de Covid-19, as UPAs recebiam oxigênio uma vez por semana. Agora, as entregas são feitas três vezes por dia. Com mais consumo, falta até transporte para os cilindros.

“Nós pedimos pra indústria siderúrgica se ele puder nos emprestar cilindros, porque oxigênio tem, no caso, a dificuldade que a gente tem agora é da logística e do transporte”, disse Aparecido.

Nas UPAs, o oxigênio chega em cilindros menores, e o consumo é rápido, porque o número de pacientes internados com Covid-19 está em franca ascensão. Desde o final de fevereiro, o total de internados com a doença em todo o Estado bateu recorde todos os dias.

Nessa sexta-feira, 19, mais de 27 mil pessoas estavam internadas em serviços públicos ou privados do Estado de São Paulo com sintomas de Covid-19. O número é mais de 77% superior ao registrado no dia 27 de fevereiro, quando o estado bateu o recorde de internados pela primeira vez.

Pelos menos duas cidades da Grande São Paulo se adiantaram para não correr risco de desabastecimento. Embu das Artes abriu uma usina de oxigênio. Já a prefeitura de Franco da Rocha está construindo uma usina ao lado da UPA.

Veja a nota completa da empresa White Martins:

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.