Em visita ao Canadá, papa Francisco pede desculpas por abusos contra crianças indígenas

Internatos comandados pela igreja separaram mais de 150 mil crianças indígenas de suas famílias desde o século 19 até meados de 1970 (Reprodução/Reuters)
Com informações da CNN

CANADÁ (CA) – O papa Francisco partiu de Roma, no domingo, 24, para uma viagem de uma semana a Edmonton, Canadá, onde deve se desculpar pelo papel da Igreja Católica no abuso de crianças indígenas canadenses em internatos.

O Vaticano chamou a viagem de “peregrinação penitencial”, e o papa foi recebido em Edmonton pelo primeiro-ministro Justin Trudeau e Mary Simon, governadora-geral do Canadá. Enquanto estiver no País, ele se reunirá com grupos indígenas e abordará o escândalo de abuso e apagamento da cultura indígena nos internatos católicos do País.

Os líderes indígenas há muito pedem um pedido de desculpas papal pelos danos infligidos, há décadas, às crianças indígenas. Ano passado, centenas de sepulturas não identificadas foram descobertas no terreno de antigas escolas residenciais na Colúmbia Britânica e Saskatchewan.

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A Comissão de Verdade e Reconciliação do Canadá informou que mais de 4 mil crianças indígenas morreram por negligência ou abuso, em internatos, muitos dos quais eram administrados pela Igreja Católica.

Em abril, o papa disse aos líderes indígenas, no Vaticano, que sente “tristeza e vergonha pelo papel que vários católicos, particularmente, àqueles com responsabilidades educacionais, tiveram em todas essas coisas que feriram vocês, nos abusos que vocês sofreram e na falta de respeito demonstrada contra sua identidade, sua cultura e até mesmo seus valores espirituais”.

O papa também viajará para Quebec e Iqaluit, capital do território canadense de Nunavut, durante a viagem. Dois cardeais canadenses o acompanharão durante sua visita, o cardeal Marc Ouellet e o cardeal Michael Czerny.

Francisco, de 85 anos, teve uma viagem à África cancelada no início deste mês devido a problemas no joelho.

Ele disse, em entrevista à Reuters, que ainda pretende visitar a Rússia, após a invasão da Ucrânia pelo País, mas recebeu críticas por priorizar esse destino em vez de visitar a Ucrânia e por culpar, parcialmente, a Otan pela invasão russa.

“Gostaria de ir, é possível que consiga ir à Ucrânia. A primeira coisa é ir à Rússia para tentar ajudar, mas gostaria de ir as duas capitais”, disse Francisco.

Em uma entrevista, em junho, ao jornal italiano La Stampa, Francisco disse que a guerra “talvez tenha sido de alguma forma provocada ou não evitada”.

O papa Francisco disse que, antes de a Rússia invadir a Ucrânia, ele se encontrou com “um chefe de Estado” que “estava muito preocupado com o andamento da Otan”.

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