Empresários defendem agenda ambiental durante reunião com governadores da Amazônia

O ambientalista diz que é possível testemunhar uma regressão nas políticas socioambientais no Brasil nos dois últimos anos. (Reprodução/Internet)

Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – Em mais um esforço para reverter a imagem negativa do Brasil na área ambiental, um grupo de empresários e representantes de associações do setor privado se reuniu nesta quarta-feira, 12, com governadores de estados da Amazônia legal.

Na pauta do encontro, o estabelecimento de metas para combater o desmatamento ilegal, inclusive com adoção de ação policial contra o crime organizado ligado à grilagem de terras.

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Os empresários divulgaram uma carta aberta endereçada aos governadores e um dos trechos da carta os empresários falam dos impactos da pandemia nas áreas econômicas e sociais.

“Os impactos sociais e econômicos causados em escala global e de forma inédita pela pandemia da COVID-19 nos advertem que a consumação de riscos associados à quebra do equilíbrio ecossistêmico traz consequências devastadoras quando negligenciados, tal como vem ocorrendo com o risco climático apontado pelo Fórum Econômico Mundial ano após ano, desde 2012”, diz trecho.

Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), monitoram a Amazônia baseada em imagens de satélites, desenvolvida pelo Instituto Imazon. (Reprodução)

O grupo de empresários acompanha com maior atenção e preocupação o impacto nos negócios da atual percepção negativa da imagem do Brasil no exterior em relação às questões socioambientais na Amazônia. Essa percepção negativa tem um enorme potencial de prejuízo para o Brasil, não apenas só na reputação, mas de forma efetiva para o desenvolvimento de negócios e projetos fundamentais para o país.

Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) que todos os estados também tenham metas aspiracionais para o desenvolvimento da Amazônia. “O setor privado está acostumado com o estabelecimento de metas, inclusive para ter apoio de seus acionistas”, disse Marina.

Governadores

Segundo o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) o Governo do Estado já vem dando respostas a essas demandas. “Estamos regulamentando nossa lei de serviços ambientais agora neste mês, o que vai permitir ao Amazonas entrar nesse mercado do carbono. Também estamos com R$ 30 milhões do Fundo Amazônia para investir em regularização ambiental e Cadastro Ambiental Rural. A articulação regional, inclusive com a participação do setor privado, é fundamental para avançarmos rumo ao desenvolvimento sustentável do país”, afirmou.

Governador Wilson Lima durante reunião online (Diego Péres/Secom)

Já o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) ressaltou a importância do combate ao desmatamento, o diálogo permanente com o agronegócio, com produtores rurais e discutiram como manter a economia ativa sem derrubar a floresta. 

“Esse debate é fundamental entre os setores da economia brasileira que estão comprometidos com a preservação do meio ambiente. Dialogar com os governos locais é buscar o entendimento e o compromisso para que possamos dar o rumo do desenvolvimento sustentável. Estabelecer metas contra o desmatamento ilegal, contra a emissão de CO2 e, acima de tudo, a certeza que vamos trabalhar de forma integrada para construir, definitivamente, um desenvolvimento sustentável que possa olhar pela preservação da floresta; sem esquecer da agenda climática e de compatibilizar com a necessidade do desenvolvimento e geração de oportunidades para quem mora na Amazônia”.

O governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) defendeu o tripé Conselho da Amazônia, Consórcio da Amazônia Legal e Mercado/Sociedade Civil como um caminho para integração, que tem como objetivo uma governança efetiva entre metas e ações na região da Amazônia.

“A articulação envolvendo governadores, os consórcios, o setor empresarial pode resultar em uma alocação rápida de recursos para atingir metas tangíveis importantes para que o Brasil rompa com o terrível isolamento a que está sendo progressivamente submetido”, assegurou o governador do Maranhão.

Encontro

Participaram do encontro Beny Fiterman, presidente da Agropalma, Domingos Campos, diretor de sustentabilidade da Norsk Hydro, Eduardo Bartolomeo, presidente da Vale, João Paulo Ferreira, presidente da Natura, Marcos Molina, presidente do Conselho da Marfrig e Michelle Shayo, diretora de relações governamentais da Alcoa. A Moline coube falar sobre rastreabilidade e desmatamento, tema também abordado por Fiterman, da Agropalma.

Entre os governadores presentes no encontro com os empresários estavam:  Gladson Cameli (PSL) do Acre, Waldez Góes (DEM) do Amapá, Flávio Dino (PCdoB)  do Maranhão, Mauro Mendes (DEM) do Mato Grosso, Antonio Denarium (PSL) de Roraima, Helder Barbalho (MDB) do Pará, Marcos Santos (PSL) de Rondônia e Mauro Carlesse (DEM) de Tocantins.

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