Equipes encerram primeiro dia de buscas por indigenista e jornalista desaparecidos no AM

Equipes da PF, Funai, Força Nacional e Exército devem reiniciar procura nesta terça-feira (Reprodução)
Com informações do Infoglobo

MANAUS – Até o início da noite desta segunda-feira, 6, o paradeiro do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, que estão desaparecidos desde a tarde de domingo, 5, no Vale do Javari, no Amazonas, não foi localizado, nem pelos servidores da Funai, nem pela Força Nacional de Segurança, que iniciaram as buscas no fim da manhã desta segunda, nem pelas equipes lideradas pela Polícia Federal à tarde.

Composta por três servidores da Funai e dois agentes da Força Nacional, a equipe da Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari retornou à base por volta das 18h, sem encontrar vestígios dos desaparecidos ou do barco em que viajavam. O mesmo ocorreu com as outras equipes.

“Nada ainda. Amanhã cedo continuaremos”, disse o delegado Ramon Santos Morais, chefe da PF em Tabatinga.

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Na tarde desta segunda-feira, o Ministério da Justiça e Segurança Pública iniciou operações com a Marinha, por meio aéreo, fluvial e terrestre, conforme informou o ministério em nota. As buscas são auxiliadas por equipes da Polícia Federal, Funai, Exército e Força Nacional de Segurança lideradas pelo delegado Ramon.

Em Brasília, os trabalhos da força-tarefa são acompanhados pelo chefe do Serviço de Repressão a Crimes Contra Comunidades Indígenas da Polícia Federal, delegado Paulo Teixeira.

Desde o início do ano, um inquérito aberto pelo Ministério Público Federal, em Tabatinga, investiga as ameaças recebidas pelo indigenista Bruno Pereira. As procuradoras Aline Martinez dos Santos e Nathalia Geraldo Di Santo, ambas baseadas no município amazonense, estiveram há duas semanas em Atalaia do Norte para apurar as denúncias.

Nesta segunda-feira, uma notícia, de fato, sobre o desaparecimento de Pereira e Phillips, passou a tramitar, juntamente, com o procedimento.

Fontes ligadas à investigação disseram que o indigenista e o jornalista iniciaram, na semana passada, uma expedição de vigilância no Rio Itaquaí, na companhia de uma escolta composta por seis seguranças armados da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

Durante a operação, eles teriam apreendido equipamentos de pescadores que, no sábado, retornaram armados e em maior número ao acampamento da Univaja, instalado pouco depois da base da Funai, no Rio Ituí, e recuperaram os pertences. Segundo um integrante da Funai, que não quis se identificar por temer retaliações, Phillips teria filmado toda a ação dos pescadores armados.

No domingo, Pereira e Phillips saíram sozinhos em uma embarcação rumo à comunidade ribeirinha de São Rafael, onde planejavam se encontrar com lideranças locais. Sem esperar pela escolta, decidiram seguir até Atalaia do Norte, um trajeto que, em condições normais, não costuma demorar mais de duas horas. No momento em que sumiu, a dupla estava sozinha numa embarcação conhecida como “voadeira”.

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