Início » Sociedade » Vídeos mostram profissionais da imprensa sendo hostilizados em ato pró-Bolsonaro no AM
Vídeos mostram profissionais da imprensa sendo hostilizados em ato pró-Bolsonaro no AM
A equipe de reportagem da TV Band Amazonas foi hostilizada e agredida na Praia da Ponta Negra, em Manaus (Reprodução/ Instagram)
Compartilhe:
08 de setembro de 2021
Marcela Leiros – Da Cenarium
MANAUS – O Dia da Independência, em Manaus, foi marcado pela presença de milhares de manifestantes nas ruas da capital amazonense, onde também houve registros de agressão a profissionais da imprensa. Nessa terça-feira, 7, duas equipes de repórteres e cinegrafistas foram hostilizadas durante a cobertura de ato pró-Bolsonaro na cidade.
O repórter Luiz Henrique Almeida e o cinegrafista Lázaro Filho, da TV Band Amazonas, acompanhavam o evento na Praia da Ponta Negra, zona Oeste da capital, quando, próximo de concluir o trabalho, foram hostilizados e quase agredidos por alguns manifestantes que estavam no local. “Nos deram bandeiradas, tentaram me imprensar na porta do carro“, disse o repórter em uma publicação no Instagram.
Os protestos priorizaram ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), além de palavras de ordem contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As manifestações contaram com políticos do Amazonas, sem e com mandatos eletivos, entre eles, o deputado federal Pablo Oliva e o deputado estadual Delegado Péricles, ambos do Partido Social Liberal (PSL).
PUBLICIDADE
Em vídeos compartilhados pelos profissionais nas redes sociais, é possível ver o repórter tentando gravar uma passagem enquanto manifestantes vestidos de verde e amarelo, portando bandeiras do Brasil e gritando palavras como “mito”, impossibilitam o trabalho de Luiz Henrique e Lázaro. “Situação horrível aqui na Praia da Ponta Negra, acabaram batendo em mim ali também, coisa básica, uma vergonha, uma vergonha mesmo”, manifestou o repórter. (Veja os vídeos abaixo)
O cinegrafista Lázaro Filho também se posicionou, revoltado, em uma publicação. “Profissionais de imprensa não podem mais trabalhar. Isso porque é uma manifestação pacífica e democrática”, pontuou.
“Imprensa nojenta”
Na mesma manifestação, outra equipe de reportagem foi hostilizada. O repórter Lucas Henrique e a cinegrafista Bianca Ribeiro, do Portal Em Tempo, foram abordados por dois homens “visivelmente embriagados e com garrafas de cerveja na mão”.
“Perguntaram a nós se éramos de ‘direita ou esquerda’ e logo depois de responder que estávamos ali trabalhando, começaram a nos xingar em tom de ameaça: ‘vaza daqui imprensa nojenta'”, detalhou Lucas à CENARIUM.
O repórter ainda afirmou que o sentimento que fica é de impotência. “Quando estamos a trabalho, não podemos nos dar ao luxo de reagir a nada disso, apenas tentar evitar mais confusão e evadir o local. Não queremos que nos recebam com flores e nem com privilégios, de qualquer forma só exigimos respeito pelo nosso trabalho”, falou ainda.
Agressões
O jornalismo é considerado uma atividade essencial na pandemia. Mas, de acordo com o relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2020, elaborado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), 2020 – o primeiro ano da pandemia – foi considerado o mais violento aos profissionais.
Como em 2019, a descredibilização da imprensa foi uma das violências mais frequentes: 152 casos, o que representa 35,51% do total de 428 registros ao longo de 2020. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi o principal agressor. Dos 152 casos de descredibilização do trabalho dos jornalistas, o presidente da República foi responsável por 142 episódios.
Sozinho, Jair Bolsonaro respondeu por 175 registros de violência contra a categoria (40,89% do total de 428 casos): 145 ataques genéricos e generalizados a veículos de comunicação e a jornalistas, 26 casos de agressões verbais, um de ameaça direta a jornalistas, uma ameaça à Globo e dois ataques à Fenaj.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.