Espécie em extinção, cachorro-vinagre é flagrado em área de conservação no Amapá

A espécie em extinção (Speothos venaticus) (Reprodução)
Da Revista Cenarium*

SÃO LUÍS (MA) – Câmeras fotográficas flagraram pela primeira vez uma matilha de cachorros-vinagre no interior do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no Amapá. A espécie (Speothos venaticus), que está na lista de ameaçados de extinção, no Brasil, foi flagrada durante uma atividade de monitoramento da biodiversidade. O registro das imagens foi divulgado na quinta-feira, 15, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O cachorro-vinagre é um canídeo de corpo comprido, orelhas arredondadas e pernas curtas, com membranas interdigitais entre seus dedos, facilitando a locomoção na água. Possuem uma coloração castanho-avermelhada, e seus filhotes nascem acinzentados. É o menor entre os canídeos brasileiros, mede entre 57 e 75 centímetros (cm) de comprimento e possui entre 12 e 15cm de cauda, podendo pesar de 5 a 8 quilos (kg).

O cachorro-vinagre (Karelj/Wikipedia)

Segundo a analista ambiental do ICMBio Fernanda Colares, a aparição é rara. “É um canídeo raro e de difícil registro. Já havia sido identificado por meio de relatos de moradores da região, mas essas fotos confirmaram a existência da espécie no interior do parque”, disse Fernanda.

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Para conseguir a captura de registro do cachorro-vinagre e de outras espécies foram instaladas mais de 60 câmeras fotográficas em pontos estratégicos no interior da unidade de conservação, informou o ICMBio.

“O aparecimento da espécie dentro do parque significa que a Unidade de Conservação tem cumprido seu papel de conservação da biodiversidade na Amazônia. Outras espécies também foram flagradas pelo programa de monitoramento, como anta, irara, queixada, jacamim, mutum, onça-parda, capivara, veado, cutia, tatu, gato-maracajá, jaguatirica, entre outras.”

Também são encontradas no parque espécies raras para o Estado do Amapá, como o furão (Galictis vitatta), além de outras espécies ameaçadas de extinção, como o tatu canastra (P. maximus), tamanduá-bandeira (M. tetradactyla), onça-pintada (P. onca), e a ariranha (P. brasiliensis). O Parque abriga ainda espécies endêmicas como a cuica (M. brevicaudata), a preguiça-bentinho (B. tridactylus), a caiarara (C. Olivaceus), o macaco-voador (P. pithecia) e a coamba (A. paniscus).

Na unidade, foram identificadas 48 espécies de morcego, que por seu papel ecológico (contribuem para a dispersão de sementes e a polinização de plantas), são indicadores do nível de conservação de uma determinada área. Ambientes preservados ou com moderado grau de alteração tendem a apresentar um elevado número de espécies de morcegos.

Criado em 2002, o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT) possui uma área de 3.846.427 ha e está localizado na porção Noroeste do Amapá. A unidade de conservação faz fronteira com a Guiana Francesa e o Suriname.

Leia mais: Amapá tem maior taxa de desemprego na Região Norte; Amazonas ocupa segundo lugar
(*) Com informações da Agência Brasil
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