Início » Sociedade » Estilista suspeito de encomendar órgãos humanos já esteve com indígenas do Vale do Javari, no AM
Estilista suspeito de encomendar órgãos humanos já esteve com indígenas do Vale do Javari, no AM
Arnold Putra esbanja vida de luxo nas redes sociais e já esteve em passeio com indígenas na Amazônia (Reprodução/Redes Sociais)
Compartilhe:
23 de fevereiro de 2022
Bruno Pacheco — Da Revista Cenarium
MANAUS — O estilista indonésio Arnold Putra, suspeito de encomendar órgãos humanos de Manaus para Singapura, na Ásia, já esteve em um passeio a aldeias indígenas da etnia Yagua, próximo ao Vale do Javari, região do extremo Oeste do interior do Amazonas.
Além disso, internautas chegaram a compartilhar imagens em que o estilista aparece presenteando os povos indígenas com produtos de grife. A suspeita é que Putra fazia a troca dos presentes por restos humanos e itens valiosos de sua cultura. Em uma das publicações de Putra, o indonésio chega a escrever sobre o preço do relógio que deu a um dos chefes de uma aldeia.
PUBLICIDADE
“Troquei presentes locais com o chefe da tribo indígena Yagua, da Floresta Amazônica, avaliado em US$ 3,5 milhões em seu pulso”, escreveu o estilista, em uma das publicações. Após a repercussão do caso, Putra desativou a função pública do Instagram e limitou a visualização das postagens apenas para amigos.
Vida de luxo
Arnold esbanja uma vida de luxo nas redes sociais. No Instagram, ele possui mais de 65 mil seguidores e é famoso por participar de eventos de moda com artigos feitos por ele e colecionar carros caros. Entre os itens confeccionados pelo homem, está uma bolsa feita com línguas de jacaré e uma espinha de uma criança, segundo o site ucraniano The Sun.
Nas redes sociais, Arnold Putra também é conhecido como o “Rich Kid of Instagram“, ou seja, o “Garoto Rico do Instagram“, na tradução livre para o português brasileiro. O apelido surge em meio às fotografias do homem ao lado de veículos luxuosos e dentro de jatos particulares que ele usa para viajar. Segundo o The Sun, o estilista disse ter uma maiores coleções de carros da Indonésia.
‘Nada suspeito’
“Sempre foi um professor bem disponível. Nunca vi/ouvi nada suspeito dele”. O relato é de uma estudante de Medicina da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que preferiu não se identificar com medo de represálias, sobre o professor Helder Bindá Pimenta. A jovem é ex-aluna do educador, alvo da ‘Operação Plastina’, deflagrada pela Polícia Federal do Amazonas (PF-AM), onde Helder é investigado por tráfico internacional de órgãos humanos.
Segundo a jovem, ex-aluna do professor de Anatomia, Helder tinha boa relação com os estudantes e tratava todos com respeito. O educador foi afastado nessa terça-feira, 22, por 30 dias da UEA, onde ocupava o cargo de coordenador do Laboratório de Anatomia Humana.
“Sempre tive uma relação professor-aluna, dentro dos limites, com respeito. Ele tinha boa relação com os alunos. Ficamos surpresos [com a operação da PF]. Todo mundo ficou. Ninguém esperava. Ele sempre foi estudioso, bem-conceituado. O sentimento que fica é de tristeza, porque não condiz com a minha experiência na faculdade”, lamentou a estudante.
Fase inicial
A operação da PF-AM cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do suspeito e no laboratório de Anatomia da universidade. Um computador e peças anatômicas tratadas por meio de plastinação foram apreendidos. Segundo as investigações, há indícios de que uma mão e três placentas de origem humana foram enviadas de Manaus com destino a Singapura, na Ásia. O destinatário era o famoso designer indonésio Arnold Putra.
Em nota, a defesa técnica do professor disse nessa terça-feira, 22, que ele irá contribuir com as investigações da Polícia Federal, mas esclareceu que o educador é apenas investigado em processo de fase inicial, não havendo nenhuma condenação.
“O mesmo encontra-se afastado de suas funções para melhor apuração dos fatos, e irá contribuir com a investigação, estando à disposição das autoridades para prestar todo e qualquer esclarecimento. Dessa forma, refutamos qualquer juízo de valor antecipado e repudiamos qualquer tipo de ofensa, calúnia e inverdades, que venha a prejudicar sua reputação”, diz o texto, assinado pela advogada Greysa Moraes Fragoso.
Helder
Professor da UEA desde 2014, Helder Pimenta é graduado em Fisioterapia, especializado em Unidade de Terapia Intensiva e Educação Médica, mestre em Ciências Biomédicas e doutorando em Ciências Morfofuncionais pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Pimenta também é sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Anatomia, membro regular da International Society for Plastination (ISP) e membro da American Association of Anatomists“.
Em 2019, o professor ficou entre os dez melhores no Congresso Experimental Biology, em Orlando, nos Estados Unidos, com o estudo do seu doutorado, intitulado “Evaluation Of The Effect Of Angico Polysaccharid Anadenanthera colubrina (Vell.) In Experimental Model Of Intestinal Mucosite Induced By 5-Fluorouracil In Mice”.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.