Universidade do Estado do Amazonas afasta professor investigado pela PF por tráfico internacional de órgãos

Prédio da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) (Divulgação)
Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) informou, no início da tarde desta terça-feira, 22, que decretou o afastamento cautelar por 30 dias de um professor concursado da disciplina de Anatomia, da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA/UEA). O afastamento ocorreu depois da Polícia Federal (PF) do Amazonas realizar uma operação contra o tráfico internacional de órgãos.

O professor, que não teve o nome divulgado, é suspeito de enviar uma encomenda contendo uma mão e três placentas de origem humana de Manaus com destino a Singapura. O destinatário é um “famoso designer indonésio que vende acessórios e peças de roupas utilizando materiais de natureza humana”.

Segundo a UEA, durante a execução do mandado de busca e apreensão, um computador e peças anatômicas tratadas por meio de plastinação, uma técnica utilizada como prática de ensino da disciplina, no laboratório de anatomia, foram levados pelos policiais para perícia.

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Agentes da Polícia Federal estiveram na universidade (Reprodução/ Internet)

Ainda de acordo com a nota enviada à imprensa, o referido laboratório realiza a técnica de plastinação desde 2017. “A plastinação é um procedimento técnico de preservação de matéria biológica, criado pelo cientista Gunther Von Hagens, em 1977, e que consiste em extrair os líquidos corporais, tais como a água e os lipídios, por métodos químicos, para substituí-los por resinas elásticas de silicone e rígidas epóxicas”, explicou o documento.

“Após tomar conhecimento do ofício que determinou o afastamento cautelar do professor investigado e da ação de busca e apreensão, no laboratório supracitado, a Reitoria da UEA cumpriu a ordem judicial e determinou a abertura de sindicância para a apuração dos fatos e responsabilidades”, finalizou a instituição.

Operação ‘Plastina’

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira, 22, a Operação “Plastina”, por meio da qual são investigados fatos relacionados a possível prática do crime de tráfico internacional de órgãos humanos.

Segundo as investigações, o investigado enviou órgãos humanos plastinados para Singapura. Caso seja condenado, o investigado poderá responder, “na medida de sua responsabilidade, pelo crime de tráfico internacional de órgãos humanos, com pena de até oito anos de reclusão”.

O nome da operação é uma alusão ao procedimento utilizado pelo investigado para conservar os órgãos traficados.

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