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Estudo revela que emissão de carbono dobrou nos dois primeiros anos do Governo Bolsonaro
Imagem aérea mostra área desmatada, neste ano, em Lábrea, no Amazonas (Christian Braga/Greenpeace)
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22 de setembro de 2022
Karol Rocha – Da Revista Cenarium
MANAUS – Um estudo, realizado nos anos de 2019 e 2020, pela química Luciana Gatti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e divulgado nessa segunda-feira, 19, mostrou que as emissões de carbono na Amazônia dobraram em relação aos anos de 2010 e 2018. Os números são dos dois primeiros anos do Governo Bolsonaro, se comparado aos oito anos anteriores, aponta o artigo. A razão para o aumento, conforme os estudiosos, se dá por conta da aceleração do desmatamento e das queimadas na Amazônia.
De acordo com o artigo submetido na revista científica Nature, a média anual de emissão na região, entre 2010 e 2018, foi de 250 milhões de toneladas de carbono. Já em 2019, a emissão chegou a 440 milhões, e depois 520 milhões em 2020.
O artigo, que em português é intitulado ao pé da letra: ‘Emissões de carbono da Amazônia dobram principalmente por desmantelamento na aplicação da lei’ ainda será revisado, mas aponta que o desmate e queimadas foram as causas do aumento da emissão de carbono.
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“Nos últimos dois, três anos o desmatamento ilegal aumentou fortemente em paralelo às mudanças na governança. Analisamos como essas mudanças afetam o balanço de carbono amazônico e como elas estão ligadas ao desmatamento e aos efeitos do fogo”, destacaram os pesquisadores, ressaltando o afrouxamento de políticas ambientais e de fiscalização durante o Governo Bolsonaro.
“Nossa hipótese é que as consequências do colapso na fiscalização levaram ao aumento do desmatamento, queima de biomassa e degradação, produzindo perdas líquidas de carbono e aumentando a secagem e o aquecimento das regiões florestais”, apontaram ainda.
No ano passado, a equipe de estudiosos já haviam analisado os dados de fluxo de carbono até 2018 e alertaram que o leste da Amazônia emite mais carbono do que absorve.
No novo estudo, além do desequilíbrio no ciclo de carbono, foi descoberto o impacto do desmatamento na temperatura local e o nível de chuva. De acordo com o levantamento, a Amazônia teve queda de 12% do nível de chuvas, em 2020, e um aumento de 0,6°C na temperatura, no mesmo ano.
Além de Luciana Gatti, o estudo reuniu também as equipes de desmatamento e queimadas do Inpe. Outros pesquisadores de instituições importantes, como Universidade de São Paulo e Universidade Federal de Minas Gerais, também atuaram no material. Ao todo, 30 cientistas assinam o artigo. O estudo pode ser acessado neste link.
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