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Ex-presidente do STM diz que militares não têm que se envolver em eleições
General Luis Carlos Gomes Mattos, que deixa a presidência do STM nessa quarta, 27. (Alan Marques/Folhapress)
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28 de julho de 2022
Com informações da Folhapress
MANAUS – Em seu último dia como presidente do Superior Tribunal Militar (STM), o general de Exército Luis Carlos Gomes Mattos afirmou nesta quarta-feira, 27, que a condução das eleições é de responsabilidade da Justiça Eleitoral, e não das Forças Armadas.
“A Justiça Eleitoral é responsável pelo funcionamento real daquilo [eleições]. Nossa missão é diferente. Não temos que nos envolver em nada. Nós temos que garantir que o processo seja legítimo, essa é a missão das Forças Armadas”, afirmou a jornalistas após a sua cerimônia de despedida, na sede do STM.
“Nós vamos atuar dentro daquilo que está previsto para garantir que o processo seja legítimo e ao final tenha o respaldo popular”, afirmou.
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Mattos deixa o tribunal devido à sua aposentadoria compulsória ao completar 75 anos, idade máxima para ocupar o cargo. Ele também deixa o serviço ativo do Exército. Em seu lugar, o general de Exército Lúcio Mário de Barros Góes assumirá a presidência do STM.
Na cerimônia de despedida estavam presentes o ex-ministro-chefe da Casa Civil Walter Braga Netto, que será o candidato a vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, e também o ministro Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Ambos são generais da reserva.
O general Mattos ingressou no STM em outubro de 2011 e se tornou presidente da corte março de 2021.
Desde o começo do ano, militares e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entraram em uma crise, atiçada por manifestações golpistas de Bolsonaro, que, sem provas, pôs em dúvida a segurança das urnas eletrônicas.
Em maio, a corte eleitoral rejeitou sugestões dos militares para alterar o processo eleitoral deste ano. Na negativa, os técnicos do TSE disseram que os militares confundiram conceitos e erraram cálculos ao apontar risco de inconformidade em testes de integridade das urnas.
Na crise com o TSE no começo do ano, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, demorou um mês para responder ao órgão. Em ofício, ele disse que os militares se sentiam desprestigiados pela corte na discussão sobre transparência do sistema eleitoral.
“Até o momento, reitero, as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas por atenderem ao honroso convite do TSE para integrar a CTE [Comissão de Transparência das Eleições]”, escreveu.
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