Famílias com renda menor pretendem gastar mais em 2023, aponta pesquisa

Desaceleração da alta dos preços beneficiou a renda para o consumo (Reprodução/EBC)
Daniel Amorim – Da Revista Cenarium

MANAUS – Pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que trabalhadores com renda menor pretendem gastar mais em 2023, ao passo que famílias cujos membros recebem salários maiores estão cautelosos com os gastos futuros. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 1,3% em janeiro em comparação ao mês anterior, e representa a maior porcentagem desde abril de 2020.

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 1,3% em janeiro (Reprodução)

Na comparação mensal, a perspectiva de consumo foi o item que mais cresceu: 2,7%. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avaliou que, apesar do endividamento, a desaceleração da alta dos preços beneficiou a renda para o consumo. “Esse dado aponta que as famílias, em geral, esperam melhores condições de consumo no futuro. De fato, desde outubro de 2022, a perspectiva de consumo tem se mostrado mais positiva do que o consumo propriamente dito”.

Na variação anual, a ICF aumentou 23,1% em janeiro último, em relação ao mesmo mês de 2022. O maior destaque ficou com o índice perspectiva profissional, que teve alta de 25,1% em comparação com janeiro do ano passado.

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Saindo da inadimplência

Segundo a economista Michele Aracaty, os principais fatores que influenciaram o otimismo foram o aumento no valor dos programas de transferência de renda, como o Auxílio Brasil, e o pagamento adicional por filho, o que vai resultar em uma elevação da renda disponível para estas famílias.

Aumento no valor de programas de transferência de renda possibilitou otimismo (Bruno Campos/Reprodução)

A renda disponível para as famílias com renda baixa contribui para fomentar a economia por meio dos pequenos e médios estabelecimentos comerciais e prestadores de serviço, o que contribuirá para o aquecimento da atividade econômica local e regional“, ressaltou.

Ela pontua que o aumento na renda possibilita sair do endividamento e da inadimplência, com retomada do consumo e novas compras. Em relação à cautela de famílias com rendimentos maiores, Michele observa que o índice demonstra estabilidade, com poucas alterações. “Ou seja, estão satisfeitos com o atual patamar de consumo e seguem cautelosos acerca dos próximos meses“.

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