Festival Amazonas de Dança exalta povos amazônicos em noite de abertura

Mulher em apresentação do espetáculo "Saga Cabocla" (Marcio James/Secretaria de Cultura e Economia Criativa)
Da Revista Cenarium Amazônia*

MANAUS (AM) – Os espetáculos “Catraieiros”, do Balé Folclórico; “Saga Cabocla”, da Cia Mônica Seffair, de Parintins; e “A Temporada de Ganga”, da Companhia Independente Artística Alpha Dance (CIAAD); foram os destaques da abertura do 11º Festival Amazonas de Dança, que aconteceu nesse sábado, 26, no Teatro Amazonas. A noite contou ainda com uma homenagem a Adalto Xavier, Miguel Maia e Dirley Duarte, profissionais da dança que fizeram a diferença no desenvolvimento e valorização da arte no estado.

O Balé Folclórico subiu ao palco para contar a história dos catraieiros que faziam a travessia da população pelos igarapés que ligavam os bairros ao centro histórico da capital. No repertório do corpo artístico estão músicas de grupos como Cordão do Marambaia, Raízes Caboclas e Banda Tucandeira.

Apresentação do espetáculo “Saga Cabocla” (Marcio James/Secretaria de Cultura e Economia Criativa)

Em seguida, a “Saga Cabocla”, da Cia Mônica Seffair, de Parintins, exibiu uma experimentação em dança em tempo de pandemia. O solo é uma pesquisa feita a partir da necessidade de pensar movimento e buscar autoestima, de mostrar a luta pela sobrevivência da dança e da arte em um município do interior do Amazonas, com foco na mulher artista, independente, periférica e ribeirinha.

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A primeira vez que Mônica Seffair entrou no Teatro Amazonas, há dez anos, ela era acadêmica do curso de Dança. Para a artista parintinense, voltar para este lugar e participar do FAD é a realização de um sonho.

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Apresentação do espetáculo “Catraieiros” (Marcio James/Secretaria de Cultura e Economia Criativa)

“Hoje nós estamos aqui, participando desse 11º festival com muita alegria, porque isso mostra o quanto é importante a pesquisa, continuar estudando, vivendo de arte realmente, isso é gratificante”, afirma Mônica Seffair. “Principalmente quando nós somos do interior e ser reconhecido como um artista potente no nosso estado, isso é gratificante, é maravilhoso”, disse.

Já a Companhia Independente Artística Alpha Dance (CIAAD) apresentou “A Temporada de Ganga”, espetáculo de etnia Hindu, que exalta a cultura da dança indiana. Em movimentos, o grupo trouxe a trajetória da deusa Ganga, que tinha vontade de vir a Terra.

Descentralização

Até o dia 2 de setembro, o Festival Amazonas de Dança promove atividades em diferentes pontos de Manaus e no interior. A programação é gratuita e oferece espetáculos, palestras e oficinas, além de diálogos com representantes dos grupos contemplados nesta edição.

“O Festival de Dança está contemplando todo estado do Amazonas, foi um edital aberto para todo estado e vai contemplar dois municípios, Urucurituba e Iranduba”, reforça Denis Carvalho, gerente de Eventos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. “A programação está bem diversificada, ocupando o Teatro Amazonas, Teatro da Instalação, Teatro Gebes Medeiros, centro de convivência da Cidade Nova e também o Largo de São Sebastião”, destaca.

Proposta

Em 2023, o FAD vai celebrar 50 anos do Hip Hop, iniciativa proposta em diálogos da classe artística dentro do Fórum Permanente de Dança do Amazonas (FPDAM), que assina a coprodução do evento realizado pelo Governo do Amazonas, por Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC).

“É a partir de todos os diálogos que a classe artística tem dentro do Fórum que a gente atenta para todas as demandas que precisa alcançar. A gente conversa, dialoga e sempre tenta trazer isso para o festival, para essa realização. Por exemplo, o alcance do festival, os municípios, as comunidades mais distantes do Centro, esse é o nosso foco principal, alcançar os artistas que são das pontas mesmo”, comenta Suelen Siqueira, membro da comissão organizadora.

“O festival não é só uma conquista, o festival é um objetivo que, ao longo de muitos anos, vem sendo aprimorado, vem sendo estudado e sendo trabalhado para que ele seja cada vez maior. Enquanto temos o Festival Amazonas de Dança, tentamos encher de modalidades diferenciadas, de cultura, para sempre contemplar novas variações de dança”, avalia.

Programação

Neste domingo, 27, as apresentações acontecem no Teatro da Instalação (Rua Frei dos Inocentes, no Centro), a partir das 18h, com acesso gratuito. Marcos Telles abre os trabalhos com “Gambiarra”, investigação cênica corporal que trata de um processo de pesquisa e criação em Dança Contemporânea, com diversas provocações despertadas na pandemia.

A Companhia Storge, às 19h, apresenta “Eczema”, um processo criativo em aberto que fala sobre lutas pessoais dos intérpretes, dos procedimentos de cura física e da ligação no que acreditam sobre planos espirituais. A performance em Dança-Teatro pretende permear sobre a lógica de caixa cênica para sua fundamentação estética, assim como propor reflexões desde o descobrimento da doença até o momento de entendimento que a vida precisa manter seu percurso.

Já Mara Pacheco, às 20h, vem com “Silenciar”, que é uma vivência sensorial e cinestésica, uma experiência concreta entre o corpo e os sentidos, visão e audição. A obra propõe a condução pelos elementos da natureza, ar, água, fogo, terra, o olhar para dentro de si, para perceber a música, a dança e a arte.

(*) Com informações da assessoria
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