Governador de São Paulo ironiza mortes por intervenção policial: ‘Tô nem aí’

O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Fernando Nascimento/Governo de São Paulo)
Da Revista Cenarium*

SÃO PAULO (SP) – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta sexta-feira, 8, que não está “nem aí” para as denúncias de abusos cometidos durante a Operação Verão da Polícia Militar, no litoral de São Paulo.

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse o governador.

Tarcísio será denunciado ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pela escalada da violência policial na Baixada Santista. A Conectas Direitos Humanos e a Comissão Arns disseram que apresentariam a queixa nesta sexta-feira durante reunião do colegiado em Genebra, na Suíça.

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Além disso, o Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo, disse na quinta, 7, que abriu uma notícia-fato para investigar denúncias de que os mortos na operação estão sendo levados como vivos para hospitais.

Policiais militares do Estado de São Paulo em formatura (Reprodução/Governo de São Paulo)

Os relatos foram feitos por funcionários da Saúde de Santos. O Gaesp afirma que vai colher os prontuários médicos e identificar os socorristas para investigar como o transporte dos corpos ocorreu.

O governador negou ter recebido as denúncias de irregularidades e defendeu o trabalho dos policiais.

“A nossa polícia é extremamente profissional. É uma pena que toda hora as pessoas queiram colocar a polícia na posição de criminosa. Não é isso. Esses caras estão defendendo a gente, a nossa sociedade. Estão vestindo a farda para ir enfrentar criminoso”, disse Tarcísio.

Até o dia 1° de março, a Operação Verão deixou 39 mortos na Baixada Santista. A operação teve início após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, 35, em 2 de fevereiro. Ao menos um outro PM em serviço também morreu durante a operação, na periferia de Santos.

No início de março, a Polícia Militar havia se comprometido a suspender a operação, que já é a segunda ação mais letal da história de São Paulo, atrás apenas do massacre do Carandiru, quando 111 homens foram mortos durante a invasão da Casa de Detenção, em 2 de outubro de 1992.

O número de mortes da Operação Verão também já é superior ao de 40 dias de Operação Escudo, realizada na mesma região, entre 28 de julho e 5 de setembro, quando 28 pessoas foram mortas. A ação foi deflagrada após o assassinato do também soldado da Rota Patrick Bastos Reis, 30. Assim como Cosmo, Reis estava em serviço ao ser atingido.

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(*) Com informações da Folhapress
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