São Paulo é a segunda cidade com mais mortes por Covid-19 no mundo

Enterro de vítima da Covid-19 (Paulo Guereta/Photo Premium/Agência O Globo)

Com informações do O Globo

SÃO PAULO – A cidade de São Paulo é a oitava mais populosa do mundo, mas ocupa o segundo lugar no ranking do total absoluto no número de mortes por Covid-19. O levantamento foi feito pelo professor Wallace Casaca, um dos coordenadores da plataforma Info Tracker, com o objetivo de comparar o combate à Covid-19 ao redor do mundo. A capital paulista registrou 34.537 óbitos até a última terça-feira, 9, atrás apenas de Lima, no Peru, com 78.184 mortes. Cidade do México e Nova York aparecem na terceira e quarta posições, com, respectivamente, 34.311 e 33.313 mortes.

Casaca comparou os dados das 25 metrópoles do mundo com maior número de habitantes. Se fossem incluídas apenas as 20 maiores, São Paulo estaria no topo da lista de óbitos causados pelo coronavírus. O número de mortos foi coletado com base em dados disponíveis entre os dias 6 e 9 deste mês.

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O total de mortos em São Paulo supera toda a população adulta da cidade de Serrana, no interior do Estado. Com 27.160 pessoas vacinadas com o imunizante CoronaVac, o município reduziu em 95% o número de mortos por Covid-19, e os casos sintomáticos diminuíram 80%. O estudo mostrou que a pandemia pode ser controlada com 75% da população vacinada.

Com a demora e o ritmo lento de vacinação no País, a quantidade de mortos na cidade de São Paulo se assemelha à população de cidades inteiras — dos 645 municípios do Estado, 458 têm menos do que 34,6 mil moradores.

Nem mesmo as três maiores cidades da Índia, que enfrenta um período de descontrole da doença com o surgimento de uma nova cepa, registram tantas mortes. A capital, Nova Délhi, registrou 24.748 óbitos. Mumbai, que tem cerca de 12,4 milhões de habitantes — próximo à população da capital paulista — acumula 15.100 mortes. Bangalore, com 8,4 milhões de pessoas, tem 15.118 registros de óbito.

Testagem é falha na capital paulista

Na avaliação de Casaca, os números mostram que as cidades da América Latina tiveram dificuldade para administrar a pandemia.

“São Paulo não fez testagem em massa para detectar a presença do vírus e isolar as pessoas contaminadas, o que interrompe a transmissão. Até o início deste mês a capital paulista havia feito, de acordo com a prefeitura, 2,9 milhões de testes. Nova Délhi, que tem uma população menor, fez 19,8 milhões de testes até terça-feira”, diz ele.

Com o avanço da vacinação, a expectativa é que o número de mortes tenha queda substancial a partir de setembro, quando está prevista a imunização do último grupo, que são os jovens de 18 a 24 anos, sem comorbidades. Por enquanto, apesar de a Anvisa ter aprovado a vacinação a partir de 12 anos com a Pfizer, ainda não há previsão de vacinação para adolescentes e crianças.

“Mantido o ritmo atual de vacinação, as projeções indicam que a capital paulista chegará a 39 mil mortes até o começo de agosto”, afirma o professor.

Ou seja, se todos os grupos tivessem sido vacinados até meados deste mês, seriam evitadas pelo menos cerca de 4,5 mil mortes.

Casaca explica que São Paulo e Cidade do México padeceram com a falta de medidas coordenadas pelos governos centrais.

“São megacidades de países onde o governo federal negligenciou a pandemia e não apostou em políticas efetivas de distanciamento social e vacinação. No México, o presidente também foi contra o lockdown”, ressalta.

Ele afirma que Nova York e Londres também enfrentaram o negacionismo no primeiro ano da pandemia, mas conseguiram reverter a situação depois da campanha de vacinação em massa, o que não aconteceu no Brasil por falta de imunizantes. Londres pagou um preço alto e aparece como a sétima metrópole com mais mortes por Covid-19 — 15.534 —, apesar de ser a 25ª mais populosa do mundo. Nova York ocupa a 24ª posição em número de habitantes.

Lima, com cerca de 10 milhões de habitantes, fez 6,1 milhões de testes, o dobro de São Paulo. O governo do Peru atribuiu a segunda onda da pandemia no País, iniciada em janeiro, à chegada ao País da variante brasileira do vírus, batizada de Gama pela Organização Mundial da Saúde. A situação no País só deve melhorar com a chegada de mais vacinas. O Peru figura na lista países que receberão parte das 500 milhões de vacinas Pfizer a serem doadas pelos Estados Unidos.

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