Governador vai a Brasília para encontro com presidente do Ibama sobre impasse no Sul do AM

Wilson Lima em reunião em Brasília (Reprodução/Redes Sociais)
Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), foi a Brasília, nesta quarta-feira, 5, para se encontrar com o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, e com o ministro da Agricultura, Carlos Favaro, para chegar a um acordo sobre a situação dos produtores rurais que tiveram as áreas notificadas pelo órgão ambiental para a retirada de gados.

A operação deflagrada pelo Ibama e Polícia Federal (PF) pede que seja retirada mais de 500 mil cabeças de gado que estão em uma área pública grilada e desmatada nos municípios de Canutama, Apuí, Humaitá, Lábrea e Manicoré. Segundo apurado pela REVISTA CENARIUM, os fiscais notificaram os fazendeiros para que apresentassem informações sobre a legalidade da propriedade rural e da área de pastagem dos animais. Procurado pela reportagem, o Ibama não se manifestou até a publicação desta matéria.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, o governador Wilson Lima informou que tem conversado com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para que haja um caminho de entendimento na situação enfrentada pelos fazendeiros no Sul do Amazonas.

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“A gente tem questões econômicas e questões sociais envolvidas. O Governo do Estado não defende a questão da ilegalidade e ela precisa ser combatida, mas é preciso separar o joio do trigo. É preciso entender o cidadão que ‘tá’ aí defendendo o sustento da sua família, e o Estado do Amazonas também tem necessidade de produzir, e ninguém quer fazer nada ilegal”, explicou Wilson.

O governador Wilson Lima defendeu, ainda, que haja a regularização fundiária para a entrega dos títulos definitivos das terras e que faça um zoneamento econômico ecológico, dividindo áreas com o objetivo de evitar ilegalidades e conflitos.

“Por que é importante um zoneamento econômico ecológico? Porque ele define o percentual de área a ser explorada, que você pode plantar ou pode colocar o seu gado, define qual o potencial econômico daquela região, separa o que é área federal, o que é área estadual, o que é área de proteção permanente, o que é área de desenvolvimento sustentável, enfim, promove essa definição, e isso é um marco importante e, principalmente, para aquele povo daquela região ali do sul”, afirmou o governador.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, externou preocupação à forma como vem se dando a operação do Ibama, no Sul do Amazonas, a grande tensão social e riscos de graves prejuízos econômicos para a região.

Lourenço ressaltou, ainda, a expectativa da federação, em nome dos produtores rurais amazonenses, para que haja gestões junto às autoridades federais em busca de uma solução dentro da legalidade, que possa viabilizar a retomada da normalidade social e econômica na região sul do Estado.

Outro lado

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um produtor conhecido na região sul do Estado do Amazonas e em Rondônia, em que afirma que a operação ocorreu antes do prazo e que houve a apreensão de 2,4 mil cabeças de gado. Não há confirmação do Ibama sobre apreensão dos animais no Estado do Amazonas.

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