Guerra: ataque à estação de trem deixa ao menos 39 mortos na Ucrânia, diz governo

Destroços de um foguete com letras em cirílico com os dizeres "pelas nossas crianças" no chão da estação de trem após o ataque Kramatorsk (Foto: Anatolii Stepanov / AFP)

KIEV — Uma estação de trem foi alvo de um ataque com mísseis em Kramatorsk, no Leste da Ucrânia, nesta sexta-feira, 8. A empresa ferroviária estatal da Ucrânia estima que ao menos 39 pessoas morreram e outras 100 ficaram feridas no local.

Kramatorsk fica na região de Donetsk, onde há separatistas russos que apoiam a invasão militar iniciada em 24 de fevereiro. A estação, segundo o governo da Ucrânia, era usada para retirada de civis da região.

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Questionado pela Reuters, o prefeito da cidade disse que havia cerca de 4 mil pessoas no local. A maioria era de idosos, mulheres e crianças. Por meio da agência de notícias RIA, o Ministério da Defesa da Rússia negou a autoria do ataque.

O governador da região, Pavlo Kirilenko, compartilhou em seu canal no Telegram que a polícia e equipes de resgate estão na estação e que aos menos dois mísseis atingiram o local onde “havia milhares de pessoas” tentando fugir para regiões mais seguras.

Nessa quinta-feira, 7, a Reuters informou que três trens que transportavam ucranianos foram bloqueados na mesma região após um ataque aéreo na linha.


Negociações entre Rússia e Ucrânia

Depois de concordar em reduzir a ofensiva em Kiev e arredores, a Rússia está reagrupando forças de várias partes da Ucrânia para retomar com mais vigor a campanha no Leste do país.

Nessa quinta-feira, 7, o governo de Vladimir Putin lançou acusações contra a delegação diplomática do governo ucraniano, alegando que Kiev alterou sua posição sobre cláusulas previamente acordadas.

O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse que Kiev apresentou um novo esboço de um tratado na quarta-feira, 6, no qual cláusulas sobre quais já havia consenso sofreram alterações.

Segundo Lavrov, na semana passada, Kiev concordou inicialmente que as garantias de segurança que seriam dadas à Ucrânia por um grupo de países não se aplicariam à Península da Crimeia, anexada militarmente pela Rússia em 2014.

Disse, também, que qualquer exercício militar poderia ser realizado pela Ucrânia apenas com o consentimento de todos os países garantidores, incluindo a Rússia. Segundo o chanceler russo, no entanto, no novo projeto de documento este parágrafo é substituído pela necessidade de obter o consentimento da maioria dos países garantidores.

As acusações acontecem em um contexto de esfriamento das negociações, após as descobertas de corpos abandonados com indícios de execução em ruas de cidades que a Rússia ocupava, como Bucha, nos arredores de Kiev. /AP e AFP

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