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Herpes-zóster teve aumento de 35% na pandemia de Covid-19, mostra estudo; vacina está disponível no Brasil
Nova vacina contra herpes- zóster está disponível no Brasil, em um primeiro momento, apenas no sistema privado de saúde (Reprodução)
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26 de julho de 2022
Alessandra Leite – Especial para a Revista Cenarium
SÃO PAULO – Enfermidade frequente em todo o mundo, o herpes-zóster, latente no organismo após uma infecção prévia, tem chamado a atenção pelo aumento da incidência durante a pandemia de Covid-19. O crescimento de 35% nos casos apontado por um estudo da Universidade Estadual de Montes Claros, em Minas Gerais, é um dado que ainda está sendo investigado, já que qualquer infecção pode desencadear a doença. É o que acredita a presidente da Comissão de Revisão de Calendários de Vacinação da Sociedade Brasileira de Imunizações – SBIm, Mônica Levi.
Para a médica, ainda há muito para se aprender sobre o mecanismo imunológico, especialmente após a Covid-19. “Como não se trata de uma doença de notificação compulsória, acredita-se que o aumento dos casos esteja relacionado aos impactos que a Covid-19 causam como depressão, estresse, ansiedade e outros distúrbios psicológicos. A própria Covid-19 ainda não está totalmente decifrada, a forma como atinge cada pessoa”, pondera.
A recém-chegada vacina demonstrou um grau de proteção potente, podendo chegar de 10 a 12 anos de duração.
Mais vulneráveis
Levi explica que, quanto maior a idade, maior o risco de desenvolver a zóster, embora possa acontecer em qualquer faixa etária. De acordo com a especialista, dois terços de casos de zóster acontecem em quem tem mais de 50 anos. “Uma pessoa com mais de 85 anos tem risco de mais de 50% devido ao próprio mecanismo do envelhecimento do sistema inume”, esclarece.
Entre os fatores desencadeantes da doença, segundo a médica, o mais comum é a idade além da infecção, mas também pode ocorrer a partir de uma batida, uma cirurgia, bem como os já mencionados estresses psicológicos ou traumáticos. Tratamentos com imunossupressores, preparativos para transplantes também podem desencadear a zóster.
Principais sintomas
Antes de as bolhas estourarem, explica a especialista, a região afetada fica avermelhada, coça e arde. “Pode antes disso ter uma hipersensibilidade na pele dessa área. Esse é o quadro mais comum, quando se tem a fase aguda. Mas depois disso, vem a nevralgia, onde esse nervo por onde o vírus caminhou causa muita dor, tira a autonomia da pessoa, que muitas vezes pode ficar acamada”, enfatiza. A zóster, conforme Mônica Levi, pode surgir em qualquer área do corpo, sendo a região do tórax – de um lado só – a mais comum, acompanhada de uma dor torácica muito forte.
Recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações
Para maiores de 50 anos de idade, nos estudos pivotais, a VZR inativada demonstrou mais de 90% de eficácia na prevenção do episódio agudo, mesmo entre idosos acima de 70 anos de idade. Por essa razão, torna-se a vacina preferencialmente recomendada na prevenção do Herpes Zóster em adultos acima de 50 anos de idade.
Esquema de doses:
– Duas doses (0,5 ml, por via intramuscular), com intervalo de dois
meses (0-2 meses). Caso seja necessário alterar o esquema
padrão, pode ser adotado um intervalo de até seis meses;
– O intervalo mínimo permitido é de quatro semanas entre as doses.
Doses aplicadas com intervalos inferiores devem ser desconsideradas.
– Não há necessidade de reiniciar a série caso o intervalo seja estendido inadvertidamente por mais de seis meses
– A vacina pode ser usada independentemente e histórico de varicela ou vacinação contra a doença.
Uso após quadro de herpes-zóster
A vacina inativada também está recomendada para pacientes que já apresentaram quadro de herpes-zóster. Segundo nota técnica da SBIm, pela raridade de decorrência da doença em curto prazo, a sugestão é de que a vacinação não seja realizada a partir de seis meses após um episódio agudo de herpes-zóster. Não há, contudo, necessidade de aguardar esse prazo aos que optarem por recomendar a vacinação após a resolução do quadro, considerando o risco de perda de oportunidade vacinal.
O uso simultâneo com outras vacinas, como influenza, pneumocócicas e tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa) foi estudado e mostrou-se seguro, sem qualquer interferência na resposta imune às vacinas. Os eventos adversos mais comuns são os locais, com episódios de dor, edema e vermelhidão, geralmente de intensidade leve a moderada, sendo transitórios. Calafrios, cansaço, febre e mialgia são eventos adversos sistêmicos também mencionados e que se resolvem com analgésicos comuns.
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