Imunizantes contra a gripe no Brasil: entenda a diferença das vacinas

O vírus que causa a gripe é o Influenza, sendo os tipos A e B os mais comuns entre humanos (Reprodução/Semsa)
Da Revista Cenarium*

SÃO PAULO – A campanha nacional de vacinação contra a gripe começou na última segunda-feira, 10, no País. Como de praxe, a rede pública disponibiliza o imunizante para grupos de maior risco à doença, como idosos e gestantes.

Na rede privada, qualquer pessoa com mais de seis meses pode tomar o imunizante mediante compra. Além da diferença no acesso, as vacinas ofertadas entre as redes pública e privada apresentam uma diferença na formulação.

O vírus que causa a gripe é o Influenza, sendo os tipos A e B os mais comuns entre humanos. No caso do A, as linhagens H1N1 e H3N2 são os principais causadores da doença.

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Paciente é vacinado contra Covid-19 e Influenza na UBS Jardim Edite, na zona sul da cidade de São Paulo
Paciente é vacinado contra Covid-19 e Influenza, na UBS Jardim Edite, Zona Sul da cidade de São Paulo (Bruno Santos/6.jul.22/Folhapress)

Por isso, as vacinas contra gripe disponibilizadas no SUS contêm as duas cepas em sua formulação. Além delas, uma terceira linhagem compõe a vacina. Nesse caso, é a do tipo B, que é dividido em Yamagata e Victoria – é esta última linhagem que foi utilizada na vacina de 2023.

A vacina quadrivalente, vendida na rede privada, utiliza essa mesma composição, mas conta também com a linhagem Yamagata.

Uma nota técnica publicada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) dá a recomendação de optar, de forma preferencial, à vacina quadrivalente, por ter um nível de proteção a mais. No entanto, a trivalente continua sendo importante em casos em que não é possível a vacinação com o modelo de quatro cepas.

“Na indisponibilidade do produto (a vacina quadrivalente), a trivalente deve ser utilizada de maneira rotineira, especialmente, nos grupos de maior risco para o desenvolvimento de formas graves”, informa a sociedade.

Veja quem faz parte do grupo prioritário para a vacinação contra a gripe:

  • Crianças de 6 meses a menores de 6 anos (5 anos, 11 meses e 29 dias)
  • Gestantes e puérperas
  • Indígenas
  • Trabalhadores da saúde
  • Indivíduos com 60 anos ou mais
  • Professores das escolas públicas e privadas
  • Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais
  • Pessoas com deficiência permanente
  • Profissionais das forças de segurança e salvamento e das forças armadas
  • Caminhoneiros
  • Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbanos e de longo curso
  • Trabalhadores portuários
  • Funcionários do sistema prisional
  • Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas
  • População privada de liberdade

A Sbim elenca duas razões para a cepa adicional da quadrivalente ser relevante no enfrentamento à gripe. A primeira é que a circulação simultânea das linhagens Yamagata e Victoria já é registrada no Brasil e no mundo desde 2000.

A segunda razão é que a Victoria, cepa que compõe a vacina ofertada no SUS, não foi a predominante, no aspecto de circulação, em metade das temporadas em que ocorre a propagação do vírus.

Leia também: Em pesquisa inédita, Fiocruz RO vai analisar efeitos da vacinação contra a Covid-19 com imunizantes diferentes

Melissa Palmieri, integrante da Comissão para Revisão de Calendários de Vacinação da Sbim e diretora da regional São Paulo da sociedade, afirma que a transmissão do vírus Influenza é muito imprevisível e, por isso, contar com a proteção extra da quadrivalente é interessante.

“Nós temos observado que tem aumentado a circulação no mundo da cepa B para a Victoria, mas a circulação do vírus Influenza é imprevisível”, afirma Palmieri, que é uma das autoras da nota técnica da Sbim.

No entanto, ela reitera que caso alguém não tenha acesso ao imunizante, na rede privada, a vacinação pelo SUS continua sendo essencial nos casos em que se faz parte dos grupos elegíveis.

“Fazer a vacinação da gripe é essencial e é importante que as pessoas devem fazer com aquela vacina disponível para ela”, resume.

Para as pessoas que não estão no grupo prioritário disponibilizado pelo SUS, a vacinação também é recomendada. “É essencial que as pessoas, mesmo não estando nos grupos elegíveis, se tiverem a oportunidade de se beneficiar dessa prevenção, que ela procure”, afirma Palmieri.

(*) Com informações da Folhapress
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