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Incêndio atinge mais de 30 casas no centro de Manaus, diz Corpo de Bombeiros
Vista aérea da área incendiada na Comunidade Bairro do Céu (Reprodução/Denys Almeida)
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20 de janeiro de 2024
Ricardo Chaves – Da Revista Cenarium
MANAUS (AM) – Um incêndio de grandes proporções atingiu mais de 30 casas neste sábado, 20, em uma área de difícil acesso na Comunidade Bairro do Céu, situada entre os bairros Centro e Aparecida, na Zona Sul da capital. A informação é do Corpo de Bombeiros do Amazonas (CBMAM). Não houve registro de vítimas.
Ainda não há informações sobre como o incêndio começou, mas moradores e servidores da Defesa Civil informaram que o fogo pode ter iniciado devido a curto-circuito em uma das residências. Os moradores falaram à REVISTA CENARIUM que o fogo começou por volta das 11h e que, imediatamente, chamaram os bombeiros.
Equipes dos bombeiros acessaram a área por becos e montaram as linhas de mangueira de combate a incêndio fazendo um cerco no local atingido pelas chamas. O incêndio foi controlado por volta das 14h e, em seguida, foi realizado o rescaldo da área. Os moradores improvisaram baldes de água para auxiliar no combate às chamas. Veja a seguir.
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A dona de casa Rosália Picanço, moradora da área há 53 anos, disse à reportagem que não é a primeira vez que a comunidade sofre com incêndios. “Essa é a quarta vez que acontece incêndio por aqui, essa com certeza é a mais devastadora. Estávamos preocupados com a eletricidade, mas ninguém foi atingido”, disse a moradora.
Antônio Etelvino foi um dos moradores que perdeu tudo com a força das chamas. “Eu e minha família moramos desde 2000 aqui. Sempre tem promessa de tirar a gente. Entra governo e sai governo nunca resolveram nossa situação. Tudo que sobrou foram cinzas. Passamos a vida toda para construir uma vida aqui e em questão de minutos tudo que temos se perde”, lamentou o morador.
Cristina Lobato também perdeu tudo no incêndio e disse que não conseguiu salvar os pertences. A família, que mora em outra casa da comunidade, só conseguiu retirar a mãe idosa.
“A gente já mora aqui há mais de dez anos. Eu tava no meu trabalho. Não sobrou nada. Meu esposo chegou e tirou a minha mãe de casa. Nós não conseguimos salvar nada. Graças a Deus que não aconteceu nada de mais com ela. Agora, é vida que continua, bens materiais é o de menos. Vou seguir em frente”, declarou Cristina.
Os moradores e famílias que perderam suas casas foram enviados por equipes da Prefeitura de Manaus para a escola de samba da Mocidade Independente de Aparecida e também para o Santuário de Aparecida, localizados nas proximidades do local do incêndio.
Defesa Civil de Manaus fala em efeitos da estiagem
Esse foi o segundo incêndio que ocorreu em um espaço de menos de uma semana em locais de difícil acesso e com casas de madeira. A situação é acompanhada pelas autoridades municipais que já trabalham com a possibilidade de os incêndios serem efeitos da seca severa que atingiu o Estado ano passado e que ainda ocorre nos 62 municípios do Amazonas.
O secretário Municipal de Defesa Civil de Manaus, Gladiston Silva, disse à CENARIUM que ainda é necessário realizar estudos sobre a causa do incêndio, mas uma das hipóteses seria que, em razão da estiagem histórica que a região viveu ano passado, estes ainda sejam os reflexos no mês de janeiro.
“O normal seria que nesse período as madeiras das casas dessas regiões já estivessem umedecidas o suficiente para evitar que qualquer ação mínima de fagulha causasse um grande incêndio. Então, já não seria mais normal”, explicou o titular da Defesa Civil municipal.
O período de seca no Amazonas ocorre entre os meses de julho a setembro ou outubro. Período em que a Defesa Civil e demais órgãos atendem mais ocorrências de incêndio.
“A gente já verificou, na semana passada, um grande incêndio na área da Duque de Caxias, Praça 14, e, hoje, esse grande incêndio na Comunidade Bairro do Céu, locais onde as casas deveriam estar com a madeira umedecida, mas que não estão. Então, levantamos essa hipótese de ser devido à grande estiagem que nós tivemos ano passado”, disse o secretário.
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