Segundo os relatos locais às associações, os indígenas Ilson Xirixana, 35 anos, Otoniel Xirixana, de 29 anos, e Venâncio Xirixana, 31 anos, foram atacados durante um ritual fúnebre, o reahu, o processo de chorar os mortos, às margens do Rio Mucajaí. “Entre as pessoas estavam várias crianças e mulheres. Nesse momento, a primeira vítima foi atingida com um tiro na testa. Os garimpeiros efetuaram os disparos do meio do rio e seguiram no barco”, detalha o documento.
De acordo com as testemunhas, um grupo do povo Xirixana, também conhecido como Ninam, foi novamente baleado após seguir a embarcação dos criminosos. Outro barco da comunidade socorreu os feridos, que foram encaminhados de helicóptero para o Centro de Referência em Saúde, na base de Surucucu. No entanto, o líder indígena Ilson, que atuava como agente de saúde, foi atingido na testa e não resistiu. Os outros dois indígenas, Otoniel e Venâncio, continuam internados na UTI do Hospital Geral de Roraima (HGR).
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Facção na TI Yanomami
Segundo o documento, os garimpeiros envolvidos no ataque estavam alcoolizados e portando armas de fogo de calibre 380, conhecido como “9mm Curto”. Os vestígios das armas foram coletados pelos indígenas da comunidade e entregues à Polícia Federal. “As lideranças acreditam que pelo armamento pode significar que um grupo de facção tenha se instalado na região.”, enfatiza as associações.
Além disso, a HAY e a Taner informaram haver riscos de outros ataques na região. “As lideranças indígenas da comunidade Uxiú informaram que se organizaram e estão preparados para atacar qualquer barco de garimpeiros que passarem próximos às comunidades às margens do Rio Mucajaí, isso significa que pode ocorrer a qualquer momento mais uma tragédia naquela região.”, apontam no documento.
As lideranças indígenas da comunidade Uxiú pediram eficiências nas ações. “Mesmo depois de anos de tantas denúncias às autoridades, onde o mundo já está atento à tragédia de saúde e humanitária que o nosso povo ainda vivencia, fazemos mais uma vez um apelo ao governo brasileiro. Pedindo providências urgentes para a retirada dos invasores!”, declaram.
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