Início » Sociedade » Infográfico alerta mulheres sobre níveis de violência e mostra como denunciar
Infográfico alerta mulheres sobre níveis de violência e mostra como denunciar
Imagem ilustrativa da campanha Agosto Lilás (Reprodução/MPF)
Compartilhe:
25 de agosto de 2023
Da Revista Cenarium Amazônia*
BRASÍLIA (BSB) – Os sinais de violência de gênero nem sempre são perceptíveis em um primeiro momento. Típicas de relações abusivas, as primeiras agressões aparecem em forma de chantagens, mentiras e ciúmes excessivos. O que aparentemente pode parecer cuidado, amor e atenção exagerada é, na realidade, sinal de violência psicológica contra a mulher.
Atentos a essa realidade, o Ministério Público Federal (MPF) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) lançaram um infográfico intitulado “violentômetro”. A finalidade do material é contribuir com a conscientização do público, sobretudo, do gênero feminino, sobre os sinais e níveis de violência contra a mulher e sobre a importância de se buscar ajuda de imediato.
As vítimas devem denunciar casos de violência à Central de Atendimento à Mulher, no número 180. O serviço registra e encaminha denúncias aos órgãos competentes. O infográfico integra o conjunto de ações de conscientização promovidas pelo MPF em alusão ao Agosto Lilás. O material será distribuído em todas as unidades do órgão no País e divulgado nos canais de comunicação institucional.
PUBLICIDADE
Infográfico
O violentômetro sinaliza e explica, de forma simples e didática, a escala de violência típica das relações abusivas, situações em que a mulher deve reagir, buscar ajuda e denunciar o agressor. O gráfico identifica os níveis de agressão, que vão desde “pequenas” humilhações e xingamentos até o grau mais extremo, o feminicídio.
O nível inicial chama atenção para os primeiros sinais: chantagens, mentiras, ofensas e ciúmes. No segundo nível, aparecem a violência patrimonial, com a destruição de bens pessoais, e as agressões físicas como empurrar, golpear e chutar.
No terceiro nível, o infográfico alerta para o fato de a vítima estar em perigo. Nesse momento da escalada de violência, surgem os abusos sexuais, os espancamentos e, no nível mais extremo, o feminicídio.
Pesquisa
Como parte das ações do Agosto Lilás, o Ministério Público Federal e o CNMP vão realizar pesquisa interna para conhecer a vivência de mulheres que trabalham no MPF em relação à violência contra a mulher. A ideia é que colaboradoras, estagiárias, procuradoras, servidoras e voluntárias contribuam com seus relatos para melhorar políticas, diretrizes e ações de proteção à mulher na instituição.
Entre as questões, que podem ser respondidas de forma anônima, estão os locais onde a violência acontece (espaço privado e/ou trabalho); o perfil dos agressores; o conhecimento sobre os canais de denúncia; o motivo pelo qual, eventualmente, a vítima deixa de denunciar o agressor; e se a agressão gerou algum abalo físico, emocional ou doença.
As iniciativas envolvem diversos setores internos do MPF, como a Ouvidoria, a Secretaria de Serviços Integrados de Saúde, o Grupo de Trabalho Diversidades da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação e a Divisão de Qualidade de Vida no Trabalho.
Defesa da honra
No início deste mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu passo importante no combate à violência contra a mulher ao declarar inconstitucional o uso da tese da legítima defesa da honra em crimes de feminicídio ou de agressão. A decisão seguiu o entendimento do Ministério Público Federal. Na ação, o procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu de forma reiterada que a tese de legítima defesa da honra viola os princípios constitucionais da dignidade humana, da proteção à vida e da igualdade de gênero. “Na escala de valores, a vida humana sagrada, mormente a da mulher, não há de ceder diante da invocada ofensa à honra de quem quer que seja”, afirmou durante a sessão em que o caso foi analisado pela Corte.
O julgamento do mérito da matéria foi objeto da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 779. A tese da “legítima defesa da honra” era utilizada em casos de feminicídio ou agressões contra a mulher para justificar o comportamento do acusado. O argumento era de que o assassinato ou a agressão eram aceitáveis quando a conduta da vítima supostamente ferisse a honra do agressor.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.