Japão enfrenta recorde de queda populacional, em 2022, com 800 mil cidadãos a menos

Enfermaria de hospital em Kumamoto, no sul do Japão (Philip Fong - 10.jun.22/AFP)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – O Japão, dono de uma das taxas de fecundidade mais baixas do mundo, anunciou nesta quarta-feira, 26, uma diminuição recorde da população em 2022. Pela primeira vez, todas as 47 províncias do país registraram queda no número de cidadãos japoneses.

Dados divulgados pelo governo apontam que o país tinha 122,4 milhões de japoneses em 1º de janeiro de 2023 —número que representa uma queda anual de 800,5 mil pessoas. O declínio populacional de 0,65% é o maior registrado desde 1968, o primeiro ano da série histórica, segundo o Ministério de Assuntos Internos e Comunicações do Japão.

Enfermaria de hospital em Kumamoto, no sul do Japão – Philip Fong – 10.jun.22/AFP

Vários países desenvolvidos lidam com as baixas taxas de natalidade e o envelhecimento da população, mas o problema é mais agudo no Japão, onde a população está em declínio há 14 anos. O país asiático tem a segunda população mais velha do mundo, somente atrás de Mônaco, e o premiê Fumio Kishida alertou em janeiro que a nação estava “no limiar de poder continuar funcionando como uma sociedade”.

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No ano passado, o Japão registrou 799.728 nascimentos, a primeira vez abaixo dos 800 mil, segundo o Ministério da Saúde. O declínio populacional preocupa o governo do Japão, que nos últimos anos vem flexibilizando as leis de imigração para resolver problemas relacionados à escassez de mão de obra.

“O declínio no número de crianças e na população é uma questão importante que afeta a sociedade, a economia e o bem-estar do Japão”, disse nesta quarta Hirokazu Matsuno, porta-voz do governo.

Se o número de cidadãos japoneses diminuiu, a cifra de residentes estrangeiros cresceu e está se aproximando de 3 milhões, segundo o governo. O país recebeu 289.498 pessoas em 2022, um aumento de 10,7% em relação ao ano anterior. Segundo especialistas, o crescimento também é reflexo do relaxamento das medidas de restrição impostas na pandemia.

Ainda assim, a população total do Japão caiu para 125,4 milhões, uma diminuição de 511 mil habitantes em relação ao ano anterior. “Para garantir uma força de trabalho estável, o governo promoverá reformas no mercado de trabalho para maximizar o emprego de mulheres, idosos e outros”, acrescentou Matsuno.

O governo japonês anunciou no mês passado US$ 25 bilhões (cerca de R$ 127,3 bilhões) para um programa de ajuda às famílias com filhos —medida que vai tentar interromper a queda da natalidade no país. O plano é “aumentar a renda dos jovens e da geração que está na idade de criar crianças”, afirmou o premiê Kishida, em reunião com ministros, especialistas e empresários. A iniciativa gerou críticas ao governo, que ainda não apontou quais seriam as fontes de financiamento.

Em outra frente de políticas públicas para incentivar os casais a terem filhos, o governo anunciou no início do ano a intenção de pagar até 1 milhão de ienes (R$ 38 mil) por criança se eles trocarem a superpopulosa Tóquio por municípios do interior e prefeituras vizinhas.

(*) Com informações da Folhapress

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