Lula diz que Brasil precisa tanto da agricultura quanto da indústria; ‘não há rivalidade’

Presidente Lula participa da abertura da 17ª Bahia Farm Show (Ricardo Stuckert/PR)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – Durante a abertura da 17ª edição do Bahia Farm Show, no município de Luís Eduardo Magalhães (BA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira, 6, que o Brasil precisa tanto da agricultura quanto da indústria. “A verdade é que precisamos dos dois, uma coisa complementa a outra”, destacou. “Temos que valorizar os dois. Quando a agricultura vai bem, a indústria de máquinas vai bem”. 

“De vez em quando, se inventa uma discussão que não tem nem pé, nem cabeça. As pessoas que defendem a industrialização do País dizem assim: ‘Não queremos ser exportadores de commodities, queremos exportar produtos manufaturados, porque a indústria paga um salário melhor. Só commodity não interessa.'”

Outra polêmica citada pelo presidente é a rivalidade entre o pequeno proprietário e o agronegócio. “Ora, são duas coisas totalmente necessárias ao País. Não há rivalidade. Não há porque o preconceito do grande contra o pequeno ou do pequeno contra o grande. O Brasil precisa dos dois porque os dois ajudam o Brasil. Temos 4,6 milhões de propriedades nesse País com menos de 100 hectares, completou. 

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“É preciso parar de construir rivalidade onde ela não existe. A gente não pode dar corda para o discurso ignorante. Por que eu poderia ser contra um produtor rural que quer terra para trabalhar? Por que eu poderia ser contra um grande produtor que está produzindo e vendendo sua soja ou fazendo o Brasil voltar a plantar algodão?”. 

Presidente Lula na abertura da 17ª edição do Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães (Ricardo Stuckert/PR)

Crédito

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou a liberação de R$ 3,6 bilhões para o Plano Safra (Safrinha) e de R$ 4 bilhões em linha de financiamento em dólar para investimentos no Crédito Rural – para a construção e ampliação de armazéns, obras de irrigação, formação e recuperação de pastagens, geração e distribuição de energia de fontes renováveis e regularização ambiental da propriedade.

“A linha dolarizada parou de ser, agora, só para investimentos em máquinas. Ela é, agora, uma linha de crédito para programas. Tudo aquilo que o produtor tiver necessidade, quer seja compra de calcário, a conversão de pastagens em áreas de agricultura, todos os investimentos em máquinas, armazéns. Inclusive, a construção civil dessas obras será financiada por essa linha de crédito dolarizada”, explicou.

O ministro destacou ainda uma linha de crédito de apoio a estradas vicinais, que permitem o fluxo de mercadorias e serviços na zona rural dos municípios. Em geral, essas rotas são geradas por meio do aproveitamento de trilhas e caminhos já existentes, condicionadas a um traçado geométrico carregado de fortes rampas e curvas acentuadas.

“Já conversamos com o governador [da Bahia, Jerônimo ], o [ministro da Casa Civil], Rui Costa, e a bancada de deputados do Estado da Bahia, para que nós façamos parcerias em estradas vicinais e Ministério da Agricultura, governo do Estado da Bahia, governo do presidente Lula e os produtores para substituir pontes de madeira, galerias tubulares, cascalhar as rodovias, integrar com as rodovias pavimentadas e dar mais competitividade logística”, afirmou Fávaro.

Leia também: Solos do Brasil têm potencial natural para a agricultura em 32%, aponta IBGE
(*) Com informações da Agência Brasil
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