Lula responde às críticas sobre posição na guerra e classifica Boric como jovem e apressado

Luiz Inácio Lula da Silva, em Bruxelas (Ricardo Stuckert/Presidência da República)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o líder chileno, Gabriel Boric, de “sequioso e apressado” por criticar autoridades latino-americanas que não concordaram com a inclusão de uma menção à Rússia no comunicado final da cúpula Celac-UE, que terminou nessa terça-feira, 18, em Bruxelas, na Bélgica.

No documento conjunto, os países que participaram da reunião expressam “profunda preocupação” com a Guerra da Ucrânia, mas não citam a Rússia de Vladimir Putin, como desejava o presidente chileno.

“Não tenho por que concordar com essa visão dele. A reunião foi extraordinária. Possivelmente, a falta de costume de participar dessas reuniões faz com que o jovem seja mais sequioso, mais apressado. Mas as coisas acontecem assim”, disse Lula, 77, em entrevista coletiva nesta quarta. Boric tem 37 anos.

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   O presidente Lula em entrevista coletiva nesta quarta, em Bruxelas
O presidente Lula em entrevista coletiva nesta quarta, em Bruxelas – Ricardo Stuckert/Presidência da República

“Já tive essa pressa. No primeiro ano de mandato, eu ia para reunião do G7 e queria que as coisas fossem decididas ali, naquela hora. ‘Tem que decidir porque o Brasil precisa…’. Não. Ali não é só interesse do Brasil, a gente estava discutindo a posição de 60 países. E, portanto, a gente tem que compreender que nem todo mundo concorda com a gente, nem todo mundo sabe, tem a mesma pressa, tem a mesma visão sobre qualquer coisa. […] Ele tem um pouco mais de ansiedade que os outros”, afirmou Lula.

Para o petista, a condição essencial para a paz no conflito em curso no Leste Europeu é o fim das hostilidades. “Enquanto tiver tiro não tem conversa”, disse o presidente. “É preciso se sentar à mesa. O que nós queremos é que pare a guerra. Depois que parar a guerra, senta-se numa mesa e discute.”

Lula, por outro lado, disse compreender o nervosismo da União Europeia em relação à guerra, o que, segundo o líder brasileiro, é normal, uma vez que ele está a “14 mil quilômetros de distância”. “Mas é exatamente pelo fato de a gente estar distante que a gente pode ter a tranquilidade de não entrar no clima que estão os europeus e tentar criar um clima de construir a paz.”

(*) Da Revista Cenarium*

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