Mãe de adolescente que acusou ex-senador de Roraima de estupro é executada

Crime ocorreu nesta sexta-feira, 29 (Reprodução/Vanessa Fernandes)
Wynicius Gonçalves – Da Revista Cenarium Amazônia

BOA VISTA (RR) – Uma mulher identificada como Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos, foi assassinada com um tiro na cabeça quando saia de casa na manhã desta sexta-feira, 29 no bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste em Boa Vista.

Ninguém foi preso. Ela estava dentro de um carro com um parente na calçada de casa, por volta das 6h30, quando dois homens, ainda não identificados, chegaram em uma motocicleta. Um deles a chamou e em seguida atirou em Antônia.

Antônia Araújo Sousa tinha 52 anos (Foto: Reprodução/Facebook/Antonia Sousa)

Antônia e o ex-senador da República Telmário Mota (Solidariedade) têm uma filha de 18 anos juntos. Procurado pela REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA, Mota lamentou a morte de Antônia e se colocou a disposição para ajudar a filha, mas destacou que não tem contato com a família da vítima por conta de uma medida protetiva. A medida protetiva é em favor da filha, que o acusou de estupro.

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Em agosto do ano passado, a jovem, à época com 17 anos, afirmou que sofreu assédio do pai. Conforme o relato da adolescente à Polícia Civil de Roraima (PCRR), Mota teria levado a menor para um lago na zona Rural de Boa Vista. No entanto, o local estaria fechado e ele teria decidido voltar com a filha para a cidade. Além disso, segundo alegou a jovem, o ex-senador teria lhe dado bebida e lhe assediado durante o percurso.

Ainda conforme o Boletim de Ocorrência (BO) registrado pela adolescente, ele também teria tentado tirar a sua roupa. Então, ao chegar em casa, a jovem decidiu ligar para a Polícia Militar de Roraima (PMRR). Na época, o então senador negou as acusações e disse que se aproveitaram politicamente da filha de 17 anos que passava por “problemas psicológicos”. O caso tramita em segredo de Justiça e não há atualização pública sobre o andamento. A audiência sobre o caso ocorreria nos próximos dias.

Ex-senador Telmário Mota (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

Em nota à CENARIUM, Mota disse que “jamais teve rancor ou qualquer sentimento de vingança” com relação à Antônia e afirmou esperar que as autoridades policiais adotem as medidas necessárias para o devido esclarecimento e punição dos responsáveis.

“Esclareço para aquelas pessoas que de forma sórdida estão usando uma tragédia de tamanha natureza para atacar a minha imagem que, apesar das acusações falsas contra mim, jamais tive rancor, raiva ou qualquer sentimento de vingança com relação à Sra. Antônia”, disse.

Antônia morreu ainda no local, na calçada de casa. No local do crime, agentes da Polícia Civil e da Polícia Militar apuravam o caso. A filha da vítima prestava esclarecimento aos agentes com as roupas cobertas de sangue. A vítima era servidora do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Yek’uana (Dsei-YY), desde 2017.

Em nota divulgada nas redes sociais, o Dsei-Y lamentou a morte e se solidarizou “com os familiares e amigos pela inesperada perda”. A rua da casa da vítima foi fechada enquanto a diligência ocorria. O corpo foi removido para o Instituto Médico Legal (IML) em Boa Vista.

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Editado por Jefferson Ramos
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