Manaus sedia pela primeira vez Fórum Regional de Logística, Infraestrutura e Transportes

O uso dos rios no transporte de passageiros e cargas é natural, mas precisa de melhorias e regulamentação no Amazonas (Reprodução/MarcoNorte)
Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Manaus sediou pela primeira vez o “Norte Export – Fórum Regional de Logística, Infraestrutura e Transportes. O evento aconteceu segunda, 3, e terça-feira, 4, no Hotel Quality, bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul. Participaram técnicos, empresários e dirigentes governamentais como o titular interino da Suframa, Marcelo Pereira, o diretor do Brasil Export, José Vitor Mamede, o secretário executivo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Gustavo Igrejas, e o diretor-adjunto da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Augusto César Barreto Rocha.

O interino da Suframa, Marcelo Pereira, ressaltou que a autarquia tem sido chamada a ser protagonista na condução das estratégias de reindustrialização do Brasil pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Pereira destacou o potencial exportador da Zona Franca de Manaus (ZFM) e o momento oportuno para firmar parcerias, já que Manaus possui rotas aquaviárias até o oceano pacífico com portos de cidades como Georgetown.

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As rotas de rios fazem uma importante ligação com os portos da Amazônia e de países vizinhos (Reprodução/Internet)

Em sua fala, Marcelo Pereira destacou os rios do Amazonas: “A gente levou o pleito para que o Ministério das Relações Exteriores fosse incluído na estrutura do Conselho Administrativo da Suframa, pensando em estreitar as relações e poder contar também com o Ministério da Fazenda e a Receita Federal para poder produzir rotas para exportação. Temos um dos modais mais promissores e baratos do mundo, que é o transporte aquaviário, mas que acaba sendo subutilizado, e que pode servir de opção às rodovias”, apontou.

Vergonha

Em entrevista à REVISTA CENARIUM, o presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior (Abani), Dodó Carvalho, falou sobre o tema: “Discutimos a problemática da logística e lá no fórum pude apresentar nossas dificuldades, e as principais são a falta da infraestrutura e a falta de reconhecimento da importância da navegação para o crescimento do Amazonas e da Amazônia, e isso só mudará com o engajamento da sociedade”, declarou. “Se tivermos consciência e a participação da sociedade poderemos mudar realidades, como o porto da Manaus Moderna que é uma vergonha!”, criticou.

O presidente da Abani, Dodó Carvalho, acredita que a navegação pode ser um dos maiores indutores de crescimento do Amazonas (Reprodução/Divulgação)

Outro ponto destacado por Dodó Carvalho diz respeito à segurança: “A segunda maior problemática é a falta de segurança nos nossos rios. É uma total insegurança nos rios do Amazonas por falta de políticas públicas voltadas para esse setor”, lamentou. “Vivemos uma espécie de Somália nos rios do Amazonas e isso precisa mudar porque são assaltos, saques, e isso é muito ruim, precisamos mudar essa realidade”, salientou o dirigente.

O empresário Dodó finalizou exortando, novamente, a participação da sociedade para mudar a realidade do modal nos rios do Amazonas. “Enquanto a sociedade não olhar para nós, não veremos solução para as questões, nos grandes rios como Amazonas e Madeira. A sociedade defende ações contra o buraco na estrada e contra o lixo na esquina, mas parece que quanto aos rios não temos essa percepção. Acredito no Brasil e há 40 anos bato nessa tecla. Não vejo a sociedade mobilizada para defender a navegação”, afirmou o presidente da Abani.

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